A semana passado trouxe uma grande infelicidade para a grande maioria dos cristãs que comungam os ideais religiosos do catolicismo, algo em torno de dois bilhões de pessoas no globo, a morte do Papa Francisco gerou muitas tristeza e desespero, levando a sociedade mundial a refletir sobre suas encíclicas, seus sermões e escritos que se espalharam para toda a sociedade internacional.
Vivemos numa sociedade marcada pela fragilização da solidariedade humana, onde encontramos a degradação dos laços sociais e sentimentais, nesta sociedade, percebemos o crescimento indiscriminado do individualismo, do imediatismo e da busca frenética pelo lucro monetário, deixando de lado os interesses do humanismo e dos valores mais sólidos e consistentes dos seres humanos. Estamos cultivando diuturnamente os interesses mesquinhos do imediatismo e dos valores do capital, da imagem deturpada das redes sociais e dos interesses centrados dos donos do capital, que controlam as mentes e distorcem a realidade, levando os indivíduos a buscarem os prazeres imediatos, do hedonismo e nos afastando dos valores da civilização.
Nesta sociedade, encontramos discussões equivocadas e desnecessárias, representantes políticos incapazes de compreender os valores e os anseios mais sólidos da comunidade, o incremento da violência urbana em todas as áreas e setores, o aumento de profissionais incapazes de compreender os desafios da contemporaneidade, empresas e organizações perdidas num ambiente de transformações e mutações constantes, o crescimento vertiginoso de moradores de ruas e pessoas degradadas numa economia hostil, o aumento dos financistas, economistas e homens de negócios que se ocupam dos discursos da austeridade dos gastos públicos e da redução das políticas públicas, pregando cortes constantes de custos e defendendo um sistema tributário desumano e cruel, com discursos pomposos que servem apenas para esconder seus interesses imediatos, manter seus poderes imediatos e a perpetuação dessa penúria que vive uma população marginalizada e constantemente explorada.
Neste ambiente, marcado pelo crescimento de um capital financeiro, improdutivo e parasitário, dotado de grande poder econômico e força política, que encontra no Papa Francisco novos instrumentos de reflexão, um apóstolo oriundo do mundo subdesenvolvido e dotado de grande capacidade intelectual e moralidade, que propõe uma sociedade mais igualitária, com mais solidariedade, mais acolhedora e menos julgadora, mais centrada no ensinar e no empregar e menos da exploração e da degradação, com isso, ajudando a construir novos valores, novos comportamentos e novos sentimentos, recriando a esperança e novos horizontes, ao contrário de uma sociedade calcada na exploração e na deturpação dos indivíduos.
A economia de Francisco traz novos instrumentos de reflexão e ação imediata, pregando o respeito ao ser humano e uma valorização da mãe natureza e do meio ambiente, trocando a exploração e estimulando a solidariedade humana, fomentando a reflexão individual e a conversação na comunidade, rechaçando o financismo e o capital parasitário que dominam a sociedade global e que prega o individualismo do cotidiano, destruindo os valores do humanismo e da solidariedade.
A economia de Francisco nos traz novos horizontes e um alento para uma sociedade mundial que, infelizmente, estimula o egoísmo e a busca frenética pelos interesses materiais, com isso, percebemos mais claramente a degradação da civilização.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Sociologia do Trabalho e Exclusão Social, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.