A comunidade internacional caminha a passos largos para uma grande destruição global, depois de anos de convivência conflituosa, discursos belicosos, confrontos verbais e discussões improdutivas, além do avanço crescente da violência verbal, os seres humanos estão conseguindo superar sua mediocridade, as ofensas estão se transformando em guerras campais, bombas sobrevoam os céus, destruindo comunidades inteiras, devastando países, degradando famílias, espalhando rancores e ressentimentos e continuamos colhendo a devastação dos seres humanos, destruindo o planeta e nos afastando do conceito de civilização e nos aproximando dos mais terríveis animais.
Vivemos momentos de grandes instabilidades econômicas, polarização política, conflitos comerciais, violências crescentes dentro das nações, ataques sistemáticos contra a democracia, avanços de regimes autoritários, incremento de grupos fascistas, degradação das universidades e do pensamento científico, tentativa de fragilização das instituições nacionais e o estímulo de uma realidade paralela, onde tudo se transforma em narrativas, espalhando inverdades e se aproximando de um caos generalizado, com impactos para todos os grupos mais fragilizados, beneficiando os mais endinheirados, setores que controlam o grande capital, a mídia comercial e os grupos políticos.
Neste momento percebemos o crescimento dos cenários belicosos em todas as regiões do mundo, as conversações diplomáticas são limitadas, as discussões das agências multilaterais são substituídas pelo crescimento acelerado dos gastos militares, nações que historicamente se destacavam como pacíficas e amistosas estão entrando numa verdadeira corrida armamentista destrutiva, com incremento dos gastos militares, dispêndios crescentes em armas de destruição em massa, com drones, aviões de guerra, caças, blindados e armas nucleares. Diante deste cenário do crescimento dos conflitos entre nações, alguém racionalmente poderia imaginar, que, num ambiente marcado por tantas potências nucleares, alguém conseguirá sobreviver neste cenário de caos nuclear?
Países europeus que reduziram imensamente os dispêndios militares depois da segunda guerra mundial em prol de um Estado de bem-estar social, estão aumentando os recursos monetários para alavancar os gastos militares, grandes conglomerados de defesa estão recebendo bilhões e trilhões de euros para desenvolverem tecnologias militares, com o aumento da produção de drones de alta complexidade, incremento das pesquisas militares para o desenvolvimento de novas tecnologias e o aumento dos lucros, já elevados, de poucos conglomerados que dominam esses setores. Neste cenário, percebemos que os recursos para alavancar os gastos militares europeus tendem a ser retirados dos gastos sociais, reduzindo benefícios da população mais fragilizada, diminuindo as políticas públicas que sempre garantiram melhores condições de vida da população europeia e, num futuro próximo, se este cenário se efetivar, os conflitos sociais tendem a aumentar de forma acelerada, difundindo ressentimentos generalizados, aumentando o desemprego estrutural, elevando a desesperança da população, reduzindo a solidariedade, o crescimento do individualismo e destruindo os laços de convivência social.
Nesta semana a comunidade mundial acordou chocada com mais uma guerra em curso na sociedade global, ataques militares, mortes violentas e destruições tendem a aumentar os confrontos entre nações, elevando a tensão na sociedade mundial, impactando sobre o preço do petróleo, aumentando a inflação e gerando impactos negativos para os grupos mais fragilizados. Se a degradação do meio ambiente não foi suficiente para levar as elites globais a acordarem para este cenário de destruição, quem sabe um conflito nuclear tenha mais êxito para convencer que estamos caminhando rapidamente para o caos e a destruição.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e Professor Universitário.