Brics

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As constantes transformações na sociedade internacional exigem uma visão estratégica, centrada na consciência de suas potencialidades, suas dificuldades estruturais e os anseios sobre o futuro imediato, desta forma, precisamos reconstruir novos espaços de comércio mundial, retomando acordos estratégicos e uma ação mais efetiva no novo cenário geopolítico, marcado por atores ascendentes e desafios incomensuráveis para todas as nações.

Neste momento, percebemos que o eixo de poder global está em constante alteração, as nações que regiam o concerto internacional, os países ocidentais desenvolvidos, estão perdendo espaço na comunidade mundial, suas estruturas industriais vem perdendo espaço, muitas nações estão se desindustrializando, com isso, percebemos a criação de novas oportunidades e grandes desafios, exigindo uma visão mais articulada, mais audaciosa e grande ousadia, desenvolvendo projetos econômicos consistentes, fortalecimento a unidade política, desenvolvendo uma visão estratégica, compreendendo as instabilidades e incertezas do mundo, as nações precisam correr riscos, afinal estamos numa sociedade em constante transformação.

Neste cenário, percebemos os espaços abertos com o crescimento e o fortalecimento do bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que nasceu como um acrônimo criado por um economista de um grande banco de investimento, Goldman Sachs, John O’ Neil, que criou a expressão se referindo aos chamados países baleias, que tinham em comum grandes extensões territoriais, alto contingente populacional e que, segundo esse teórico, seriam as economias que dominariam a economia no século XXI. Deste acrônimo, os países criaram o Bloco dos Brics, com sede na China e ganhou relevância da economia internacional, força política e importância estratégica e geoestratégica, lembrando-os que neste grupo, estão os chineses, vistos como a maior economia do mundo em paridade de poder de compra, ultrapassando a economia norte-americana.

Neste encontro, foram aceitos novos membros no bloco dos Brics, passando a ser vistos como o Brics Plus, onde foram incorporados Argentina, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Etiópia e Irã, desta forma, o bloco ganhou musculatura e se espalhou para outras regiões do mundo, lembrando que além destes países que ganharam assento nos Brics mais de trinta outras nações demonstraram interesses em participar deste bloco renovado, angariando poder no cenário global e aumentando a maior influência política em questões internacionais e demonstrando que estamos vivendo uma sociedade multipolar, se distanciando de uma visão unilateral e centradas nos interesses das nações ocidentais desenvolvidas, que dominaram a sociedade internacional desde a Revolução Industrial, impondo seus valores, seus interesses financeiros, sua visão cultural e destacando o poder de sua moeda e de sua estrutura bélica, como forma de dominação e hegemonia.

A ascensão dos Brics no cenário internacional nos mostra novos horizontes de investimentos produtivos, novos valores e novas culturais nacionais, exigindo, ao mesmo tempo, uma visão geoestratégica mais consistente, grande capacidade de negociação política, incrementando novas agendas e menos atreladas as potências ocidentais.

Neste momento da sociedade internacional, marcada por grandes transformações e desafios, é imprescindível e urgente, que cada nação construa um projeto coerente para compreendermos os desafios do mundo contemporâneo, deixando de lado conflitos degradantes e discussões intermináveis sem sentido e que prejudicam o futuro da sociedade brasileira, precisamos de lideranças competentes e grande potencial de vislumbrar as reais necessidades da população. É fundamental construirmos uma sociedade mais igualitária, com novos horizontes de ascensão social, com uma educação de qualidade para todos os cidadãos, com uma tributação justa e rejeitando um sentimento que foi muito bem destacado por Nelson Rodrigues quando descreveu o viralatismo da elite nacional que contribuem para a manutenção da estagnação econômica e dos nossos ultrajantes indicadores sociais.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e Professor Universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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