Criptomoedas

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Constantemente destacamos as grandes transformações da sociedade contemporânea, onde todas as estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais estão passando por grandes alterações, gerando novos modelos de negócios, novos comportamentos, novas formas de riqueza e novos desafios para toda a comunidade. Nesta sociedade, percebemos o surgimento, cotidianamente, de novos conceitos, novas profissões, novas carreiras e novas oportunidades, exigindo dos indivíduos uma constante transformação, onde os trabalhadores estão tendo que se reinventar todos os dias, sob pena de exclusão social, desemprego estrutural e desesperanças, tudo isso, contribuem ativamente para os medos contemporâneos.

O mundo da tecnologia exige novas estruturas sociais, novas e constantes transformações na educação, desenvolvimento de políticas públicas e instrumentos efetivos de atuação dos setores privados como forma auxiliar da redução dos desequilíbrios crescentes da sociedade, estimulando para que a cooperação ganhe o espaço desta concorrência desenfreada, que beneficiam apenas os detentores dos recursos monetários, das influências políticas e contribuem ativamente para a perpetuação das desigualdades que se espalham na sociedade global.

Neste cenário, os bancos e o sistema financeiro nacional passaram por grandes alterações nas últimas décadas, com o surgimento de novas formas de moedas e novos instrumentos de acumulação de riqueza, recursos monetários, criptomoedas, mineradores, moedas digitais, NFTs, Bitcoins, Open Banking, Ethereum, Blockchaim, bancos digitais, startups, fintechs, dentre eles… Todas estas inovações estão trazendo novos desafios para as Autoridades Monetárias, os chamados Bancos Centrais, responsáveis pela política monetária, o controle do sistema bancário, das taxas de juros e das questões relacionadas a política cambial. Todas estas transformações no mercado financeiro estão gerando constrangimentos para as economias, reduzindo o poder das Autoridades Monetárias, pressionando o surgimento de novos padrões monetários, além da possível redução do poder da moeda norte-americana, o dólar.

As criptomoedas podem ser definidas de forma diferente pelas variadas instituições financeiras, mas podem ser definidas como qualquer forma de moeda que existe digital ou virtualmente e usa criptografia para garantir a realização de transações, destacando ainda que as criptomoedas não têm uma autoridade central de emissão ou regulação, se utilizando de um sistema descentralizado para registrar transações e emitir novas unidades. Desta forma, percebemos que os Bancos Centrais, as chamadas Autoridades Monetárias, com o crescimento das criptomoedas, perdem espaço de regulação e, automaticamente, perdem poder dentro dos sistemas financeiro e monetário, com isso, percebemos que estas instituições resistem ao crescimento do mercado das criptomoedas.

O capitalismo se caracteriza por grandes transformações e inovações constantes, todos os momentos estamos sendo convidados a participar de uma grande revolução, com impactos variados para todos os agentes econômicos e produtivos, com impactos sobre os trabalhadores, os gestores e para todos os consumidores, alterando seus comportamentos, suas necessidades e seus desafios.

Vivemos num momento de grandes alterações dos paradigmas, modificações crescentes e instantâneas, o mundo imaterial vem ganhando relevância em detrimento do mundo material, levando as pessoas a se assustarem com a poder das grandes transformações em curso na sociedade.

Nestas transformações percebemos que estamos bastante distantes dos centros de difusão de novas tecnologias, somos apenas consumidores deste novo ambiente global de inovação, desta forma conseguimos perceber as nossas limitações do mundo da tecnologia. Enquanto as nações mais avançadas do mundo estão discutindo questões sobre processadores de alta geração, investindo fortemente em educação e em novas tecnologias e pesquisas científicas em novas formas de geração de energia, estamos gastando energias vitais em discussões intermináveis e infrutíferas. Já passou da hora de iniciarmos as discussões mais importantes da sociedade brasileira, canalizando esforços para o combate à pobreza e da desigualdade.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Criptomoedas, Mestre, Doutor em Sociologia e Professor universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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