Vivemos momentos de grandes conflitos na sociedade internacional, na história as nações entram em confrontos constantemente, gerando prejuízos incalculáveis, com mortes de milhões de pessoas, destruições da infraestrutura dos países, gerando desesperanças crescentes, degradações emocionais e devastações espirituais. Neste histórico de fortes destruições, como estamos visualizando na contemporaneidade, quais os motivos que levam as nações a conflitos militares, sangrentos e demorados, sabendo que as guerras geram devastações incalculáveis?
Desde fevereiro do ano passado, a sociedade mundial está envolta em mais um conflito militar, com fortes devastações, mortes e desesperanças, levando a humanidade a se perguntarem se somos seres racionais como acreditam os teóricos da teoria econômica dominante? Neste cenário, a racionalidade dos seres humanos defendida pela teoria econômica me parece incapaz de compreender as realidades da humanidade, seus valores e seus comportamentos.
A guerra em curso entre russos e ucranianos está gerando graves constrangimentos para a sociedade internacional, matando milhares de pessoas, destruindo suas casas, devastando suas cidades, degradando as infraestruturas econômicas e produtivas que levaram décadas para ser levantadas, jogando milhões de pessoas para a indignidade, para a pobreza e para a desesperança. A guerra está gerando problemas para todas as nações do globo, enganam aqueles que acreditam que o problema deste conflito é regional e que estamos distantes deste conflito, essa escalada militar está impactando para toda a comunidade internacional, afetando os sonhos dos indivíduos da comunidade mundial e seus impactos são duradouros e devastadores, afetando confiança, credibilidade e valores humanos.
A guerra entre Rússia e Ucrânia está gerando graves constrangimentos para a economia internacional, isso acontece porque vivemos numa sociedade altamente integrada e interdependente, o desenvolvimento tecnológico aumentou a integração entre as nações, as novas tecnologias da comunicação estão alterando os conceitos de espaço e de tempo, desta forma, o conflito em curso está impactando rapidamente para todas as regiões do mundo, todos os grupos sociais e políticos estão sentindo, de uma forma ou de outra, os impactos negativos gerados pelas atividades militares.
Ambos os atores do conflito são produtores de produtos primários, produtores de alimentos, combustíveis, fertilizantes, gás natural, dentre outros, que com a guerra inflacionou essas mercadorias, afetando fortemente as nações europeias, inicialmente e, posteriormente impactando para outras regiões, obrigando seus governos a aumentarem as taxas de juros, com fortes impactos sobre os investimentos, reduzindo a geração de emprego e degradando salários e renda dos trabalhadores, levando os setores produtivos a reduzirem suas vendas e amargando fortes prejuízos, impactando sobre corporações, trabalhadores e governos nacionais.
Neste cenário, os desajustes econômicos estão se espalhando para todas as regiões, levando muitos governos a aumentarem seus subsídios para evitar um colapso econômico, aumentando políticas protecionistas para proteger seus empregos e seus setores econômicos e produtivos, gerando conflitos entre as nações, todos buscando a defesa de seus interesses imediatos, gerando confrontos diplomáticos e reacendendo rancores que podem culminar em conflitos posteriores.
Neste ambiente de conflitos e hostilidades crescentes, poucas nações da sociedade internacional conseguem defender abertamente o encerramento do conflito militar, estimulando conversas entre os contendores, evitando maiores destruições e uma busca de um instrumento rápido e eficiente para a reconstrução econômica e a superação dos conflitos anteriores que culminaram no conflito.
Percebemos, setores econômicos estimulando e ganhando com o conflito, indiferentes das mortes, das dores e das destruições, empresas angariando somas estrondosas na venda de mísseis e radares militares, governos hegemônicos repassando equipamentos militares para aprofundar o conflito. Espero, fortemente, que não esqueçamos o poderia nuclear e destrutivo de um dos contendores.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Comportamental, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.