Economia Contemporânea, Escassez material e Espiritismo

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A Economia global vem passando por grandes transformações nos últimos trinta anos, novos materiais estão revolucionando a sociedade, novas tecnologias estão agitando o mercado de trabalho e alterando as formas de emprego e remuneração, gerando um incremento na desigualdade, maior destruição do Meio Ambiente, crescimento do xenofobismo e da imigração, todos estes estão na base das grandes mudanças na sociedade internacional, responsáveis por medos, preocupações e desesperanças, levando os indivíduos a comportamentos agressivos e intolerâncias crescentes em todas as regiões.

A Economia como ciência nasce no século XVIII com o pensador escocês Adam Smith, que com a publicação do clássico A Riqueza das Nações (1776), cria as bases da chamada Economia Política, analisando os mercados, a produção e destacando a importância do comércio internacional para o crescimento e o desenvolvimento das economias, segundo este teórico o Estado é o responsável por inúmeros desequilíbrios, para conter estes desajustes, defende uma maior participação dos mercados na estrutura econômica e produtiva, o grande problema dos mercados é que visam os lucros e os ganhos monetários e muitas vezes buscam transformar tudo em meros instrumentos de lucro e de acumulação, para muitos críticos Smith estimulou um individualismo crescente nos seres humanos, uma constante busca por prazer e satisfação pessoal.

A Economia, para muitos teóricos chamada de a Ciência da Escassez, nasce com uma missão bastante digna e imprescindível, organizar a produção de bens, mercadorias e serviços, com o intuito de satisfazer as necessidades humanas. Como os recursos existentes na coletividade são limitados, ou seja, os recursos disponíveis no ambiente são reduzidos, faz-se necessário evitar desperdícios e economizar no processo produtivo, para que todos os indivíduos recebam o mínimo necessário para sua sobrevivência, a economia surge com uma missão de grande relevância na sociedade do século XVIII.

A economia deveria revolver uma equação complexa da natureza humana, os indivíduos demandam muitas mercadorias ou produtos, num momento histórico marcado por poucas mercadorias o problema era pouco sentido, com o passar do tempo percebemos que os desejos, as vontades e as necessidades dos seres humanos passam a crescer de forma acelerada, tudo isto acontece ao mesmo tempo que o sistema capitalista de produção ganha força e relevância na sociedade, novos produtos surgem, criando vontades e necessidades novas, com isso, controlar recursos naturais e produtivos limitados para satisfazer vontades, desejos e necessidades ilimitadas passou a ser um grande desafio para a sociedade e para a economia de uma forma geral.

Com o passar dos anos, a sociedade passou por novas transformações, a Revolução Industrial impulsionou a produção de novas mercadorias, criando novos produtos e alterando os hábitos anteriores, gerando desafios para todos os indivíduos, ao mesmo tempo o trabalho assalariado passou a ganhar força e a moldar a nova coletividade, criando desejos e necessidades que eram inexistentes, um mundo novo se abriu, uma nova sociedade marcada pelas relações entre capital e trabalho, muitas vezes contraditória e até violenta, onde ambos buscavam ganhos financeiros e monetários.

O rápido crescimento da tecnologia transformou a sociedade internacional, muitos espíritos contribuíram para este crescimento tecnológico, espíritos vindos do mundo espiritual para impulsionar o desenvolvimento da humanidade, embora muitos desconheçam esta realidade, estes irmãos eram dotados de grande conhecimento na área da ciência e da pesquisa científica e tecnológica, eram espíritos preparados para movimentar a sociedade que, poucos séculos atrás vivia em uma organização social estática e centrada nos poderes da Igreja e nos mandos e desmandos de grupos dominantes. A humanidade desconhece os avanços motivados por intervenção dos espíritos superiores, muitas das descobertas, muitas das invenções, muitas das teorias e pensamentos sociais desenvolvidos são originários de espíritos de outras dimensões espirituais, entidades destacadas para impulsionar o progresso humano, sem estes espíritos, o desenvolvimento de muitos produtos e tecnologias demorariam muito mais tempo. A Doutrina Espírita nos mostra como o mundo espiritual nos influencia mais do que imaginamos, sem a participação destes espíritos dotados de grandes conhecimentos científico e tecnológico estaríamos, com certeza, ainda em mundos muito atrasados e marcados por conflitos muito mais severos do que os que vivenciamos na contemporaneidade.

O mundo espiritual interfere nos rumos da sociedade muito mais do que os indivíduos imaginam, na obra Os exilados de Capela, Edgard Armond nos mostra como espíritos degredados vindo de outra constelação foram fundamentais para impulsionar o crescimento do Planeta Terra, estes irmãos contribuíram com seus vastos conhecimentos de ciência e de tecnologia, eram espíritos com destaque nestas áreas, mas apresentavam grandes comprometimentos nas áreas dos sentimentos, da ética e da moral. A sua estada no Planeta Terra foi fundamental para seu progresso espiritual, contribuíram para a melhoria da situação de nosso planeta e consolidou um crescimento fundamental para a trajetória destes espíritos, melhorando seus valores e sentimentos morais.

A economia participou ativamente de todo este progresso econômico do mundo, o sistema capitalista apresentou taxas de crescimento bastante elevadas, riquezas foram geradas, novas formas de sobrevivência contribuíram para a geração de novos empregos, melhorias crescentes nos salários e na renda dos trabalhadores, a área médica ganhou destaque, a pesquisa científica cresceu aceleradamente e o bem-estar dos povos apresentou amplo progresso, com melhoras consistentes em várias áreas e setores. Pela primeira vez na sociedade mundial, o progresso começou a angariar novos grupos sociais, muitos indivíduos saíram da miséria e da indigência, muitas mortes por doenças simples e pestes insignificantes que anteriormente vitimavam milhares de pessoas passaram a ser controladas, as perspectivas para a humanidade eram bastante positivas.

Neste ambiente de novas descobertas científicas e tecnológicas, que tinha a Europa como centro da sociedade internacional, é que surgia a Doutrina Espírita, cujas informações codificadas por Allan Kardec descortinavam visões antigas e vinham para impulsionar o crescimento dos seres humanos, pela primeira vez a humanidade passava a conhecer uma doutrina que congregava elementos de Ciência, Filosofia e Religião. Seus conhecimentos destacavam a inexistência da morte, a sobrevivência da alma, a reencarnação como uma Lei Natural e nos abria as portas para o mundo espiritual, mostrando-nos que somos todos espíritos dotados de um corpo material, a vida se dava no mundo dos espíritos, por isso a importância de conhecermos nossas realidades mais íntimas e pessoais.

O crescimento da Economia mundial começou a arrefecer no final do século XX, depois de um intenso crescimento econômico que gerou um forte desenvolvimento de muitas economias, percebemos que, nos últimos anos, o furor e o crescimento se reduziu, a economia perdeu força e passou a ser dominada por interesses políticos ligado aos setores dominantes da sociedade. Este setor controla os grandes eixos monetários e financeiros e impõem para todos os grupos econômicos e sociais seus interesses mais imediatos, muitas vezes interesses que colidem com as necessidades de grande parte da coletividade global, com isso, percebemos um incremento crescente de transtornos, tais como: crescimento desorganizado das imigrações, aumento da pobreza e da desigualdade, exclusão social, trabalhos indignos e salários dos mais reduzidos. Neste ambiente percebemos que a sociedade global está envolta em grande dificuldade, grupos dominantes se refestelam nos prazeres do dinheiro e do poder político e uma imensa maioria se contenta com uma parte insignificante das riquezas geradas na sociedade global.

No livro O Capital no século XXI, do economista francês Thomas Piketty, publicado em 2013 e com ampla repercussão nos meios acadêmicos e intelectuais, nos foi revelado que a distribuição da renda nos países desenvolvidos, principalmente Estados Unidos e Europa, no começo deste século se assemelhava com os dados do início do século XX, ou seja, uma pequena parte da comunidade global mantém uma parcela substancial das riquezas geradas no sistema econômico global em detrimento de uma ampla parcela da população mundial que vive em situação de penúria e de indignidade. Estes dados são ainda mais assustadores quando percebemos que, nos últimos quarenta anos, o crescimento tecnológico foi gigantesco e as riquezas criadas foram muito elevadas, mas a concentração de rendas e de riquezas foi se degradando cada vez com mais intensidade, com isso, o mundo acaba criando graves problemas para um futuro muito próximo, onde as violências e a intolerância tende a crescer de forma acelerada.

No ano de 2018, 82% de toda a riqueza mundial ficou nas mãos de 1% da população global, algo em torno de 70 milhões de pessoas abocanharam a grande maioria dos recursos ou riqueza mundiais, sendo que os outros 18% da riqueza foi canalizada para 99% da população mundial. Estes dados nos mostram o descalabro dos desequilíbrios globais, uma sociedade que produz indigência e desigualdade em escalas crescentes, medos e ansiedades em escalas crescentes, mas ao mesmo tempo, teme a morte, se diz cristã, defende a família, se acredita do bem e evita comentar sobre a existência de uma vida após a morte.

A Doutrina dos Espíritos nos mostra uma realidade complexa e para muitos bastante assustadora, a morte tão temida pela grande maioria da população mundial não existe e deve ser vista como uma realidade que brevemente chegará para todos os indivíduos. As pessoas fogem da realidade espiritual e preferem se aproximar dos valores materiais, do dinheiro, dos ganhos materiais, concentram suas vidas no trabalho cotidiano e nos prazeres da matéria e se esquecem que somos espíritos, seres espirituais, que desta existência vamos levar apenas aquilo que conseguirmos acumular em nossos corações e os conhecimentos e aprendizados que angariarmos em nossa vivência física.

As riquezas são instrumentos que, muitas vezes, nos prendem no mundo material, homens e mulheres que dedicaram suas vidas aos ganhos financeiros, que nestas vivências acumularam grandes somas de recursos monetários e deixaram de lado valores mais espiritualizados, mais equilíbrio emocional, mais solidariedade, mais sentimentos, tendem a sofrer quando deixarem o corpo físico e perceber que seus esforços foram quase em vão, que seu progresso foi limitado e suas energias estavam concentradas em bens passageiros, que não acumularam amigos e apenas passaram pela vida sem construções sólidas e edificantes.

Encontramos muitos relatos de espíritos que ao chegarem do outro lado da vida se depararam com uma realidade bastante diferente daquela que acreditavam encontrar, são irmãos que estudaram e acumularam conhecimentos científicos muito calcado nas questões materialistas, deixando de lado os valores espirituais, os conhecimentos relacionados a imortalidade da alma e para onde vamos depois da morte. Estes irmãos se julgavam pessoas de bem, mas pouco contribuíam para o crescimento dos indivíduos no seu entorno, quando dotados de poder eram temidos por seus subalternos, além de humilhá-los se viam como superiores, pois eram mais estudados e eram mais respeitados na sociedade. Quando acordaram no mundo espiritual se depararam com uma realidade surpreendente, perceberam que seus valores eram insignificantes e modestos perto de todos os valores da vida, sua vivência dita cristã se restringia a cultos exteriores e poucas reflexões morais, neste momento perceberam quanto perderam seu tempo com valores e conhecimentos desnecessários para seu progresso espiritual.

A Economia contemporânea cresceu de forma acelerada, o mundo passou a produzir produtos altamente sofisticados, equipamentos modernos e dotados de alta tecnologia, o produto interno bruto global ultrapassou os US$ 80 trilhões de dólares, recursos estes disponíveis para garantir a cada trabalhador da economia mundial, uma renda de US$ 12 mil anualmente, valores suficientes para que todos possam ter uma vida digna, alimentação equilibrada, roupas e vestuários para suas necessidades, habitação decente e empregos valorosos, embora tenhamos condições de garantir um bom rendimento a cada ser humano, na realidade as coisas acontecem de forma diferente e uma parcela considerável da população global vive na indigência, privados de recursos mínimos para uma vida decente, digna e honrada.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de cinquenta por cento da população mundial, algo em torno de 3,5 bilhões de pessoas, sobrevive com até US$ 2,00 por dia, algo em torno de R$ 240,00 ao mês, recursos estes insuficientes para uma vida digna e decente, ainda mais quando comparamos com as somas astronômicas de uma pequena parcela da população mundial, são os chamados magnatas globais, donos de grande parte das riquezas do mundo.

Os recursos existem, as riquezas geradas no sistema são suficientes para garantir uma condição decente para cada um dos irmãos encarnados, mas a distribuição destes recursos acontece de forma desigual, uma pequena parte se arvora no direito de concentrar em suas mãos os recursos mais vultosos, concentram a grande maioria dos valores em suas contas bancárias, em espécie ou em títulos públicos e privados ou em propriedades, carros e mansões luxuosas.

O poder das instituições financeiras deturpa o sistema econômico, ganhos são aumentados diuturnamente através de juros e dividendos, levando muitos indivíduos e governos a pagarem rendimentos escorchantes para uma pequena minoria, são estes os donos do mundo, dominam as mídias, dominam as grandes empresas, os grandes conglomerados e controlam os programas que a população assiste, os filmes, as roupas e os pensamentos, com isso mantém seu poder intacto, acumulam recursos e os transformam em mais recursos em prol de uma acumulação que tende a histeria e a insignificância. Muitos destes indivíduos vivem de renda, são herdeiros de grandes fortunas, nunca trabalharam, apenas dão ordens e mais ordens, definem o que querem e esperam para se satisfazer, estes indivíduos terão uma grande surpresa quando acordarem no mundo espiritual e perceberem que muitos lhes foram dados e que não transformaram estes recursos em melhorias na vida de seus semelhantes, neste momento muitos se arrependerão de suas escolhas e, quem sabe, reencarnarão em condições de pobreza e inúmeras necessidades materiais como forma de educação de seus valores morais.

Estes indivíduos não percebem que estes recursos amoedados não lhes pertencem, são instrumentos divinos que lhe foram concedidos por Jesus para que os utilizem da melhor maneira possível para o bem comum. Pena que estes irmãos se esquecem do valor social destes recursos, da importância que estas moedas possuem para a sociedade global, levantando obras de assistência aos irmãos caídos, construindo asilos para os idosos despejados de sua dignidade, alimentando irmãos que vivem na miséria e na pobreza e construindo futuros dignos e decentes para aqueles que representam os anseios da sociedade, muitos deles vitimados pelas mais tristes violências e indignidades.

As instituições financeiras dominam a sociedade global e impõem seus interesses mais imediatos, seus valores são marcados pela busca constante pelo lucro e pela acumulação, pela rapidez, pela agilidade e pela flexibilidade, além de dominados pelas incertezas, pelas instabilidades crescentes. Na sociedade contemporânea estamos percebemos estes valores dominando a sociedade de forma crescente, alterando o comportamento dos indivíduos, diminuindo os espaços de reflexão e de busca pelo conhecimento interior, todos os momentos devem ser utilizados para trabalho, para a produção e para os ganhos materiais. Com isso estamos percebemos o surgimento de uma sociedade cada vez mais doente e comprometida patologicamente, ansiedade crescente e generalizada, depressão afetando mais de 400 milhões de indivíduos no mundo, estresse em todos os grupos sociais e o crescimento assustador do suicídio que, a cada quarenta segundo, faz uma vítima na sociedade global, os desequilíbrios emocionais, afetivos e espirituais são assustadores e geram preocupações tanto no mundo físico como no mundo dos espíritos.

Neste ambiente percebemos um crescimento da individualidade, as pessoas estão mais individualistas, buscam seus prazeres e benefícios e se esquecem daqueles que estão em seu entorno, trabalhadores e empresários entram em conflito para manter seus ganhos e muitas vezes adotam atitudes condenáveis para angariar benefícios materiais, vendem-se em troca de ganhos monetários e vão as ruas em manifestações que clamam por uma maior ética e uma moral mais consistente, são as ilusões constantes dos seres humanos, bonitos por fora e degradados por dentro.

Muitas regiões pobres e miseráveis da comunidade mundial nos mostram indivíduos passando pelas mais primárias situações, são famílias inteiras vivendo na indignidade, estas pessoas, na sua grande maioria, estão resgatando equívocos passados, muitos destes são irmãos altamente inteligentes e dotados de grandes conhecimentos que em vidas anteriores, deixaram de utilizar seus conhecimentos para o bem da coletividade, ganharam muitos recursos e se utilizaram destes para seus prazeres imediatistas, gastando-os com sexo desregrado, compras desnecessárias, viagens luxuosas, ostentações e gozos materialistas, neste momento renascem em condições de pobreza e miséria para que possam como espíritos serem reeducados, a espiritualidade não pune ninguém, mas nos concede a oportunidade de aprendermos nas adversidades.

Como nos mostra a literatura espírita, tudo que fizermos neste mundo somos responsabilizados, se agimos de forma agressiva com alguns dos nossos companheiros seremos responsabilizados e deveremos rever nossos gestos e procedimentos. Se auxiliarmos nossos irmãos em momentos de dificuldades, teremos méritos e valores acrescentados em nossa vida cotidiana, somos livres para fazermos a plantação que quisermos, mas a colheita deve acontecer, se plantamos obras valiosas seremos recompensados por uma colheita equilibrada e edificante agora, se plantarmos tempestades e incivilidades, seremos os responsáveis pelas colheitas advindas de nossas escolhas.

A reencarnação é uma lei universal, todos estamos sujeitos a esta lei natural e muitas vezes deixamos de perceber que, na contemporaneidade, as famílias estão sendo reduzidas abruptamente nos países mais ricos e desenvolvidos, enquanto em regiões mais pobres e miseráveis os filhos continuam nascendo de forma acelerada, crescendo de forma desorganizada e sendo privados de recursos alimentícios e de vestuários mínimos, sendo mais difícil melhorar de vida e conhecer doutrinas mais esclarecidas como a Doutrina dos Espíritos, sendo assim, aproveitemos nossa encarnação para construir valores sólidos e consistentes para que tenhamos os merecimentos necessários em uma outra experiência no corpo material.

No mundo contemporâneo não mais devemos alegar desconhecimento, as religiões nos trouxeram muitas informações, mesmo sabendo que muitas delas se entregaram para o lucro fácil e para a acumulação monetária. A Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, está viva e cheia de informações e conhecimentos para nos auxiliar em nossa caminhada. São milhares de livros, revistas, teses e dissertações nos alertando para as dificuldades da vida, nos mostrando que existe um mundo espiritual próximo e atuante ao lado de todos, sem o esforço do trabalho, sem a dedicação necessárias e sem os valores sólidos estaremos mais uma vez entrando numa fila de reencarnações sucessivas onde cada vez mais encontraremos dificuldades para voltar em países abençoados como o nosso Brasil, descrito por Humberto de Campos como O Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.

            Depois da Revolução Industrial, muita riqueza foi acrescentada aos estoques de capital da sociedade, ao mesmo tempo negligenciamos com o Meio Ambiente, degradamos muitas florestas e maltratamos os rios, os oceanos e os lagos, poluímos o ar e cortamos árvores em demasia. Hoje colhemos os frutos desta insanidade coletiva, vivemos os equívocos do clima quente e seco, nos preocupamos com a redução das florestas e gastamos recursos escassos tentando melhorar nossos rios e lagos, estes exemplos nos levam a refletir sobre como estamos conduzindo as riquezas da sociedade internacional, todos sabemos que a tecnologia nos auxiliou imensamente na construção de maiores riquezas e bens materiais, neste momento precisamos entender que mais que filhos do mesmo Deus, somos todos irmãos uns dos outros, as riquezas e os recursos devem circular e não se concentrar nas mãos de poucos, com isso, perceberemos que estas riquezas correspondem a um meio para uma vida melhor e mais saudável e nunca o verdadeiro fim dos seres humanos.

Sabemos que vivemos em uma sociedade em grande transformação, cujos valores estão na berlinda, marcados pela alta competição e por um incremento da desigualdade, nesta sociedade percebemos que as riquezas construídas podem e devem melhorar a vida de todos os indivíduos, irmão nossos que precisam de oportunidades e compaixão, enquanto esquecermos destes valores morais e transformarmos nossa caminhada em uma intensa corrida em prol de ganhos imediatistas, estaremos condenando nosso mundo a uma grande crise e as maiores vítimas seremos nós que, num breve futuro, estaremos de volta para dar sequência em nossa caminhada rumo ao progresso e ao desenvolvimento espiritual.

 

 

 

 

 

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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