Escolhas estratégicas

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Vivemos momentos de grandes transformações em todas as regiões do mundo, com o incremento da globalização, centrado na forte concorrência e pela competição entre os atores econômicos e produtivos, cujos impactos ainda se fazem sentir em toda a comunidade global, exigindo escolhas estratégicas sólidas e consistentes pela sociedade, pelos governos e pelo setor privado, como forma de manter o dinamismo econômico das nações, compreendendo os desafios do mundo contemporâneo e capacitando seus trabalhadores para reduzirem as desigualdades de renda, cujo crescimento pode gerar graves constrangimentos para os países, desequilíbrios sociais e polarizações políticas, como a que estamos visualizando em todas as regiões do mundo, enfraquecendo a democracia e constrangendo as nações.

Neste cenário, faz-se fundamental que todos os agentes econômicos nacionais se unam para redesenhar um futuro mais consistente para toda a comunidade, rompendo amarras que limitam o desenvolvimento econômico nacional, aproveitando as oportunidades que a economia verde pode possibilitar e deixando de lado políticas concentradoras de renda e a manutenção de privilégios de grupos sociais e econômicos que limitam a efetiva e verdadeira democracia nacional.

Estamos vivendo num momento marcado por grandes transformações na estrutura global, onde os setores econômicos buscam novas formas de organização produtiva e novos modelos econômicos, onde o Brasil se destaca como um grande ator internacional. Nossa sociedade apresenta vantagens que poucas nações do mundo apresentam, somos dotados de grande potencial energético, variadas formas de geração de energia, desta forma, muitas empresas e governos internacionais tem grande interesse no potencial brasileiro, mas para que nós consigamos sair de promessas e nos transformarmos em uma grande realidade, precisamos retomar comportamentos estratégicos, criando espaços de união, consolidando a soberania nacional, usando nosso forte potencial para compreendermos as grandes mudanças geopolíticas em curso na sociedade internacional, fortalecendo nossos espaços de desenvolvimento econômico, com melhorias sociais palpáveis, privilegiando os investimentos em educação, saúde pública e a pesquisa científica, consolidando as instituições nacionais e inserindo todos os grupos sociais na construção de uma verdadeira democracia.

Neste momento, percebemos que muitas nações desenvolvidas apresentam interesses em investimentos na economia brasileira, vislumbrando seu imenso potencial energético, seus gigantescos recursos minérios e sua vastidão espacial. Neste cenário, percebemos que está sendo aberta uma grande oportunidade para uma transformação nacional, exigindo um atuação conjunta entre todos os setores públicos e privados, deixando de lado rixas e questões ideológicas ultrapassadas, utilizando deste potencial para exigir e negociar com nossos parceiros internacionais contrapartidas que tragam melhoras substanciais para a sociedade brasileira, exigindo transferência de tecnologias, parceiros nacionais, compras internas e fortes investimentos na economia local, deixando para trás momentos anteriores que governos aceitaram os recursos externos sem cobranças, sem projetos nacionais e sem perspectivas de ganhos posteriores, melhorando as condições de uns em detrimento de outros.

Em todas as nações do mundo que conseguiram alçar o tão sonhado desenvolvimento econômico, o Estado nacional teve um papel central e importantíssimo, negociando com investidores externos e contrapartidas econômicas e produtivas, com geração de empregos e a melhoria na infraestrutura interna, capacitando a sociedade para dar um salto no desenvolvimento econômico, com forte investimento em capital humano, aumento de recursos para pesquisa, ciência e tecnologia, sem isso, o crescimento econômico seria sempre localizado e concentrado em poucos setores da sociedade.

Neste momento, estamos diante de escolhas estratégicas, somos uma nação centrada na desigualdade de renda e de oportunidades, com essa janela de oportunidade que está se abrindo para a sociedade brasileira, precisamos planejar os nossos passos, estudar nossas escolhas, negociar caminhos e compreender o que queremos ser quando crescer.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e Professor Universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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