Guerras, guerras e mais guerras

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Na sociedade contemporânea, percebemos o crescimento acelerado de conflitos econômicos e produtivos, além de mais confrontos bélicos e militares, que contribuem fortemente para o incremento das incertezas e das instabilidades, que somados aos desequilíbrios emocionais, afetivos e as instabilidades financeiras, estamos vivenciando momentos marcados por grandes volatilidades.

As guerras econômicas crescem de forma generalizada em todas as regiões do globo. As nações desenvolvidas estão aumentando as políticas protecionistas, criando barreiras para a entrada de concorrentes externos, desta forma, buscam proteger suas estruturas produtivas, defendendo a geração de empregos, garantindo a manutenção da renda e dos salários dos trabalhadores domésticos, evitando um processo constante de desnacionalização de seus setores econômicos e a dependência de outras economias.

Destacamos ainda os conflitos financeiros que crescem todos os dias, nações buscam defender suas moedas e seus interesses imediatos, cada país tenta fortalecer seus setores financeiros e garantindo maiores ganhos nas finanças, desta forma, percebemos o crescimento de novos padrões monetários para fragilizar o modelo centrado no dólar americano, criado no período posterior a segunda guerra mundial e foi o responsável pelo fortalecimento da economia dos Estados Unidos no cenário internacional.

Vivemos num momento de grandes conflitos militares, elevando os dispêndios em armas, máquinas e tecnologias bélicas. No momento, percebemos a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, cujos gastos militares estão na casa dos quatrocentos bilhões de dólares, gerando fortes constrangimentos para a sociedade internacional, impactando fortemente sobre a Europa, região que sente na pele os custos deste conflito militar, com aumento generalizado de combustíveis e de alimentos. Isso sem falar das guerras no Oriente Médio, cujas destruições crescentes tendem a ter um potencial muito elevado, impactando fortemente sobre a sociedade internacional, gerando conflitos regionais, aumento da imigração e desequilíbrios econômicos e produtivos.

As guerras e os conflitos militares impulsionam as tecnologias bélicas, novos investimentos em pesquisa científica impactam fortemente sobre a sociedade, grande parte das novas tecnologias que utilizamos no cotidiano foram desenvolvidas dentro das pesquisas militares. De outro lado, os investimentos militares tendem a gerar grandes destruições e alimentam a economia das guerras, aumentando os lucros e os dividendos dos detentores destes conglomerados, somente os custos militares de mais de duas décadas de ocupação das forças norte-americanas no Iraque e no Afeganistão são calculados em mais de 1 trilhão de dólares.

As guerras econômicas, financeiras e militares, além da degradação do Meio Ambiente, do desemprego crescente e da precarização do mundo do trabalho, tudo somado contribuem fortemente para o desenho do novo cenário internacional, gerando mais desesperança na sociedade global, mais medo, rancores e ressentimentos e ajudando a compreender as grandes transformações no ambiente político global, onde destacamos a ascensão da extrema direita em todos os quadrantes da sociedade mundial, defendendo xenofobia, racismo e a intolerância.

A história nos mostra claramente que a sociedade internacional já passou por momentos parecidos e os resultados não foram auspiciosos, muito pelo contrário, os resultados foram a degradação, a violência, os rancores e os ressentimentos que perduram a muitas décadas.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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