A economia internacional passou por grandes processos de integração, de interdependência e de uma forte competição entre os atores econômicos e produtivos, gerando oportunidades crescentes, novos mercados, novos hábitos, novas culturas e novos comportamentos, todos motivados pelo incremento da globalização da economia.
Neste período de fortes transformações econômicas e produtivas em curso na sociedade mundial, com países perdendo espaço na estrutura global, onde nações que dominavam o cenário internacional estão se fragilizando e o surgimento de novas potências hegemônicas, motivando novos modelos de negócios e novas estratégias de desenvolvimento. Neste cenário, faz-se necessário, destacar o milagre asiático, cujo modelo de crescimento econômico e desenvolvimento tirou mais de 1 bilhão de pessoas da miséria em 20 anos, um verdadeiro milagre.
A Revolução Industrial impulsionou a renda per capital global, aumentou a riqueza das nações e reduziu a pobreza e a miséria, mesmo assim, uma parcela significativa da população mundial continuava a viver na miséria e na indignidade. Nos últimos 30 anos, embora muitos não perceberam, a pobreza extrema passou por uma redução extraordinária no mundo, sendo que grande parte deste resultado positivo se deve ao desempenho asiático, região que concentra 60% dos habitantes e cerca de 40% do PIB global.
Ao destacarmos a experiência asiática na redução da pobreza, as pessoas pensam rapidamente na ascensão da China, do Japão e da Índia, essas nações apresentaram grandes avanços nos últimos 30 anos, mas devemos destacar ainda os exemplos de Bangladesh, a Indonésia e Vietnã, países que reduziram fortemente a pobreza e a indigência, criando novas formas de crescimento econômico, melhorando os ambientes de negócios, aumentando os investimentos em capital humano, despejando recursos em pesquisa, ciência e tecnologia e, com isso, reduzindo a miséria que assolava grande parte destas nações.
Dados de agências especializadas nos mostram indicadores excepcionais, no período entre 1982 e 2011, a Ásia Meridional teve um crescimento econômico médio de 5,6%, ultrapassando todas as regiões do mundo, desta forma, o crescimento impulsionou a geração de riquezas, aumentando investimentos produtivos e maiores oportunidades econômicas.
A ascensão asiática pode servir como exemplo para todas as regiões, a redução da pobreza está ligada aos novos contornos econômicos e produtivos da economia chinesa, cuja expansão impulsionou outras nações, com incremento do comércio, novos modelos de negócios e novos investimentos que contribuíram para a construção de uma classe média, dotada de recursos monetários para alavancar os setores econômicos internos, reduzindo a dependência externo e angariando novos espaços no comércio internacional.
O crescimento econômico contribuiu ativamente para a melhora das condições de vida da população asiática e contribuiu para a criação de uma economia pujante e diversificada, além de gerar emprego e crescimento da renda, alavancando o desenvolvimento humano, permitindo que as pessoas cuidem melhor de sua saúde, comam melhor e possam viver mais, melhorando o bem-estar de toda a comunidade. Passou da hora de buscarmos novos modelos, novos exemplos e novos significados para o desenvolvimento econômico.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário,