A economia internacional vem passando por grandes alterações nas últimas décadas com o crescimento e o fortalecimento do processo de globalização, que impacta fortemente sobre todos os governos, empresas e a sociedade civil. Nestas mudanças, alguns grupos econômicos e sociais ganham com estas constantes transformações, enquanto outros setores perdem espaço neste mundo de constantes alterações, gerando novos desafios e, ao mesmo tempo, novas oportunidades que exigem uma grande capacidade de reinvenção, agilidade e forte flexibilidade sob pena de perderem espaço no mundo do trabalho, centrados nas constantes incertezas e instabilidades.
Neste momento, percebemos que os governos vem adotando políticas para fortalecer suas estruturas econômicas e produtivas, consolidando vantagens comparativas e competitivas, investindo maciçamente para capacitar e qualificar a mão de obra, com fortes incentivos na formação de capital humano, investindo em pesquisa, ciência e tecnologia como forma de antecipar as grandes transformações na tecnologia global, onde o mundo analógico vem perdendo espaço e a consolidação de um mundo digital, fortemente tecnológico, com novos modelos de negócios, com novas instituições, com novos conceitos e uma competição mais acirrada e implacável, onde os ganhadores levam tudo e os perdedoras são relegados ao esquecimento.
Ao analisar os dados macroeconômicos brasileiros, percebemos uma melhora sensível nestes indicadores: inflação em queda, superávit comercial recorde, taxas de juros em redução, aumento dos níveis de emprego, redução do endividamento das famílias, aumento dos investimentos, fortalecimento da moeda nacional, dentre outros motivos que levaram as agências de classificação de risco a elevarem a nota do Brasil no mercado internacional, trazendo ganhos fiscais sensíveis, com diminuição do endividamento externo e melhorando a imagem do Brasil no cenário internacional.
Neste ambiente marcado por grandes transformações econômicas e produtivas motivadas pelo processo de globalização, a melhora da economia nacional nos traz novos horizontes e possibilidades positivas, nos posicionando em uma condição interessante, como somos dotados de grandes riquezas naturais e marcados por uma grande variedade de energias alternativas e renováveis, num mundo carente destas possibilidades, onde encontramos países ricos e desenvolvidos que passam por grandes dificuldades energéticas e custos assustadores ligados a degradação do meio ambiente, levando suas estruturas produtivas a perderem competitividade em decorrência do incremento da inflação e do aumento do custo de vida, vide o caso Alemão, que vem perdendo espaço no mercado internacional, gerando graves constrangimentos internos e fragilizando o bloco europeu, aja vista que a Alemanha é a força motriz da economia europeia.
Os indicadores macroeconômicos brasileiros estão apresentando melhoras consideráveis, mesmo assim, sabemos que precisamos melhorar mais rapidamente para reduzir as dívidas históricas acumuladas para grande parte da população nacional, pessoas que prescindem de políticas públicas para melhorar suas condições de vida, emprego digno e decente e a construção de novos espaços de ascensão econômica e social, atualmente concentradas em poucos grupos sociais, na maioria das vezes a tão sonhada ascensão econômica está relacionada a heranças e vinculados a grandes grupos financeiros, além de grande capacidade de influência política.
As mudanças econômicas estão acontecendo, embora lentamente, as pautas estão sendo modificadas, assuntos vistos como improváveis estão entrando na agenda econômica, a tão sonhada taxação de fundos exclusivos se transformou em realidade, a política industrial que sempre foi endemoniada pelos economistas liberais está sendo retomada no mundo todo e a economia verde vem ganhando espaço no cenário econômico nacional, com discussões acaloradas e políticas efetivas para garantir recursos para capacitar nossa população. Neste momento, quem sabe, possamos eliminar os parasitas econômicos que pouco produzem e sempre ganham divulgando o caos generalizado.
Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Circular, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.