A sociedade contemporânea nos impõe inúmeros desafios e oportunidades, dentre eles destacamos a influência de espíritos descritos popularmente como obsessores que, buscam constantemente, desviar as pessoas de sua vida normal, gerando constrangimentos variados e desestruturando sua caminhada, seus projetos, seus comportamentos, seus hábitos e costumes do cotidiano.
Todos estamos sujeitos a algum tipo de influência destes irmãos sofredores, uns os atraem com mais facilidades enquanto outros conseguem se estruturar e dificultam a chegada destes espíritos mas, no cotidiano, todos estamos em condições destes ataques feitos por irmãos que, por um ou por outro motivo, querem nos causar graves distúrbios ou constrangimentos, sendo que a influência de alguns pode levar o indivíduo a cometer crimes dos mais terríveis possível, alguns chegam ao suicídio, que se intensificam com grande rapidez na sociedade.
Muitas são as causas destes desequilíbrios em uma sociedade em forte transformação, a competição crescente em todas as regiões do mundo, a busca por emprego e colocação profissional além de capacitações e qualificações constantes acabam gerando, nas pessoas, vários eixos de desajustes emocionais, além disso, podemos citar as decepções amorosas e os relacionamentos frustrados que destroem sentimentos e levam pessoas as depressões e crises emocionais, com graves constrangimentos na vida material e no mundo espiritual.
Gostaria de destacar, que temos três tipos de obsessão segundo a lógica espírita: as de encarnados para encarnados, as de desencarnados para desencarnados e as de encarnados para desencarnados, todas elas geram graves constrangimentos aos atores envolvidos neste processo, acumulando traumas, dores e desequilíbrios generalizados, neste artigo vamos enfatizar a última, a de encarnados para desencarnados ou vice versa.
Outro ponto que devemos destacar é que, segundo a Doutrina dos Espíritos, no Livro dos Médiuns (capítulo XXIII) podemos dividir os processos obsessivos em: obsessão simples, fascinação, subjugação e possessão. Na obsessão simples, o obsediado tem consciência da interferência de um espírito enganador, e este, por sua vez, não se disfarça, não esconde suas intenções e desejos. Na fascinação, as consequências são mais graves, é uma influência, sutil e pertinaz, traiçoeira e quase imperceptível, que Espíritos vingativos exercem sobre os indivíduos. A subjugação é um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, controlando a vontade e o levando a tomar decisões absurdas e comprometedoras. A última delas é a possessão, nela acontece a imantação do espírito a determinada pessoa, dominando-a física ou moralmente.
Vivemos em uma sociedade doente, todas as estruturas estão degradadas e em fortes transformações, as pessoas vivem correndo atrás de trabalhos e ocupações no cotidiano, se matam para ganhar mais dinheiro e melhorar sua posição social, nesta luta constante do cotidiano acabam destruindo sua saúde física e precisam gastar tudo que conquistaram para reencontrar com a saúde, além disso, esta correria acaba gerando fortes desequilíbrios emocionais, segundo estudiosos temos hoje, na sociedade contemporânea, mais de 350 milhões de pessoas sofrendo com as dores da depressão, o número pode ser maior e mais perigoso, destacamos ainda o incremento assustador dos suicídios, morrem hoje no mundo uma pessoa a cada 40 segundos vitimadas pelo suicídio, gerando desajustes, preocupações e desesperanças generalizadas, o mundo sofre de problemas patológicos terríveis, são as contradições do capitalismo contemporâneo, de um lado as riquezas crescem de forma acelerada e de outra, a pobreza, a miséria e a indigência aumentam de uma forma jamais vista na sociedade.
Uma das marcas da Doutrina Espírita é o estudo sistemático da obsessão, que pode ser descrita como um processo em que uma pessoa influencia outra, muitas vezes levando-o a fazer coisas que, muitas vezes, não faria se estivesse em condições normais. O estudo nos leva a compreender muitos dos motivos que levam pessoas a tentar prejudicar outros indivíduos via obsessão, neste terreno encontramos espíritos que se refugiam na imaterialidade para prejudicar seus inimigos ou adversários, usando métodos reprováveis para causar constrangimentos aos encarnados, atrapalhando, gerando discórdia, violência e desagregação.
Destacamos ainda, espíritos que, no mundo espiritual, são destacados para obsediar pessoas que nunca viram, são espíritos infelizes que “ganham a vida” destruindo outros que nem conhecem, fazem isto em troca de ganhos imateriais e para desfrutar de prazeres sensoriais, gerando uma leva de pessoas que se prestam a este tipo de serviço em troca de benesses e prazeres imaginários.
A Doutrina Espírita nos mostra que estes irmãos que se comprazem com a obsessão devem ser descritos como irmãos necessitados, precisam de auxílio, de esclarecimento, gastam seu tempo com atividades desnecessárias e sentem prazer com gestos ou atitudes depreciativas, para auxiliá-los fazem-se necessário um misto de oração, conversa e conscientização.
Nas reuniões mediúnicas temos a oportunidade de conversar com estes irmãos, descobrir os motivos que os levam a tomar esta atitude insana, entender sua história, seus sentimentos e desejos, nesta conversa conseguimos mostrar a estes irmãos como a vingança, o ódio e o ressentimento desgastam os relacionamentos e geram vínculos cada vez maiores entre obsessor e obsidiado.
Muitas das conversas são marcadas por palavras rudes e agressivas, estes irmãos percebem suas dificuldades e limitações e passam a atacar verbalmente, blasfemar e ameaçar, criando sérios constrangimentos para todos os integrantes da conversação, tentam mostrar que são poderosos, mas se esquecem que o poder emana de Deus, somente ele pode nos proteger e nos dar o auxílio, todos que trabalham para Jesus e se comportam a contento recebem a proteção dos trabalhadores da seara do bem.
Encontramos nestas reuniões irmãos sofredores que, muitas vezes, querem deixar este mundo de vinganças e ressentimentos, são espíritos infelizes que querem largar os trabalhos de obsessão mas não sabem como devem se comportar, tem medo de seus algozes, sentem-se inseguros e, com isso, continuam a obsediar e aumentam sua dependência, criando uma dependência daqueles que os pagam para fazer o trabalho sujo, mal sabem eles que num determinado momento serão obrigados a responder por isso pois as leis são inexoráveis e implacáveis.
A Doutrina Espírita nos mostra que, durante muitos anos, uma grande quantidade de pessoas sofreram traumas e sofrimentos generalizados, muitos foram internados em manicômio, foram torturados, sofreram até sessões de choques elétricos que acabaram gerando os mais intensos constrangimentos físicos e espirituais, o conhecimento das questões espirituais nos descortina um novo mundo e uma nova sociedade, abrindo espaços para novos estudos, desafios e oportunidades.
Os trabalhos mediúnicos são instrumentos centrais e fundamentais para diminuir os desajustes criados pelos irmãos obsessores, este encontro nos ajuda a conversar com estes irmãos que são trazidos para as reuniões pelos amigos espirituais, que se desdobram para nos auxiliar e nos proteger dos ataques e embates com os irmãos obsessores, a diminuição deste espaço gera graves constrangimentos para a comunidade, pois os obsessores conseguem gerar desequilíbrios constantes em várias famílias, levando pessoas variadas ao suicídio ou ao manicômio, passando por humilhações imensas além de serem “tratados” como loucos e desequilibrados.
Outro ponto a se destacar é que, em séculos passados, muitos eram os relatos de pessoas que viviam em sítios e fazendas no meio rural, que viam imagens esquisitas, vultos e espíritos, além de ouvirem vozes e chamamentos estranhos, gerando medos e intensas preocupações, eram espíritos querendo se comunicar, muitos deles assustados com os fenômenos que sentiam e buscavam explicações de encarnados, o surgimento dos Centros Espíritas contribuiu para que estes irmãos desencarnados buscassem o apoio necessário nas reuniões mediúnicas, sendo esclarecidos e conscientizados de sua condição no mundo espiritual.
Os irmãos obsessores são mestres nos trabalhos de perseguição, atuam com tanta competência que se aproximam das pessoas que querem obsediar, estudam os comportamentos, os hábitos e os costumes destas pessoas, tudo com o intuito de descobrir os pontos de desequilíbrios e fragilidades, tanto os morais como os emocionais, diante disso, atuam para desequilibrar e muitos deles até se esforçam para levá-los à morte, depois disso, os tornam escravos, humilhando-os, maltratando-os e os agredindo constantemente.
Todos temos momentos de desequilíbrios no cotidiano, histórias de vida com complicações, mágoas e rancores em relacionamentos anteriores, traumas e complexos variados, medos e ressentimentos, diante disso, faz-se fundamental um reequilíbrio constante de atitudes e comportamentos, o estudo crítico e reflexivo de nossos desequilíbrios emocionais e espirituais, e uma busca intensa por melhorias significativas nos ajudam a criar uma proteção contra os ataques de espíritos infelizes, ou melhor, de espíritos que no momento se comprazem com a maldade, com o desajuste e com os prazeres materiais do cotidiano, mas que num futuro se conscientizaram de suas atitudes e vão se estruturar para angariar melhorias espirituais significativas.
É importante destacar ainda, que os obsessores só atuam porque conseguem espaço para atuação, se as pessoas conseguissem compreender suas dificuldades e suas dores mais íntimas e lutassem intensamente para reverter tais dificuldades, não abririam campo de atuação para os obsessores, somos totalmente ativos no momento da obsessão, não existem vítimas nesta história, somos todos culpados pelas dificuldades que vivenciamos no dia a dia, nossas atitudes geram a atração ou a repulsa destes irmãos obsessores, vigilância constante e transformação interior são os instrumentos mais efetivos de defesa e proteção contra a atuação destes irmãos.
As casas espíritas na maioria das vezes pouco se dedicam aos trabalhos mediúnicos, a maioria das casas se dedicam aos estudos, aos passes e as palestras públicas, os médiuns de incorporação, muitas vezes, relutam em trabalhar em sessões mediúnicas, alegando que muitos espíritos causam severos constrangimentos no momento da comunicação, escolhem o púlpito e as palestras, os estudos e os passes e se esquecem de atuar mais diretamente na mediunidade ostensiva, nas comunicações diretas e nas conversações do cotidiano com estes irmãos sofredores.
Outro ponto a se destacar é que o Espiritismo é reencarnacionista, estamos em constantes mudanças de planos espirituais, um momento estamos encarnados e no outro estamos vinculados ao mundo espiritual, desta forma podemos compreender que o auxílio é fundamental, hoje estamos auxiliando nossos irmãos desencarnados e depois seremos atendidos e auxiliados por outros irmãos em condições melhores, o intercâmbio é fundamental, a troca de experiência é rica e enriquece a vida de todos, a reencarnação nos mostra que todos estamos em constante evolução, o auxílio mútuo é uma lei verdadeira e universal.
Quando a Doutrina Espírita nos informa que devemos manter uma vida de responsabilidade e respeito para com todas as pessoas e semelhantes, enfatizando que devemos evitar mágoas, rancores e constrangimentos no cotidiano, e que o melhor a fazer é nos confraternizar com todos, indistintamente, não acumular mágoas, não criar constrangimentos e perseguições futuras, pois sabemos que o mundo não termina neste mundo físico, e que nos reencontraremos muito brevemente.
A obsessão é um fenômeno complexo e extremamente atual, todos somos vítimas potenciais deste flagelo que destrói os indivíduos, as famílias e geram desequilíbrios intensos e generalizados, a grande maioria das pessoas desconhece a existência da vida após a morte, muitos acreditam que a morte nos levará a uma condição de sono eterno aguardando o juízo final, desconhecem a existência do mundo espiritual e das verdadeiras leis que embalam o mundo, estas leis são perfeitas e estamos todos vinculados a elas, fugir delas é impossível, estudá-las e compreendê-las é tarefa fundamental para cada pessoa que, quando desencarnar, não gostaria de ter nenhuma surpresa assustadora.