Pacto pelo Emprego

Compartilhe

Com o avanço da tecnologia em todas as áreas e setores, a sociedade passa por momentos de grandes transformações com impactos sobre o mundo do trabalho. De um lado percebemos o crescimento das tecnologias digitais, o aumento da competição, o crescimento da inteligência artificial, novas estruturas produtivas, novos modelos de negócio e grandes exigências para todos os indivíduos, buscando constante atualização e novos conhecimentos, além de novas habilidades que demandam recursos financeiros, levando muitos trabalhadores a não conseguirem estes recursos para investimentos, privando-os desta qualificação fundamental para sua inserção no mercado contemporâneo.

Vivemos momentos de incertezas, instabilidades e, ao mesmo tempo, grandes desenvolvimentos no mundo da tecnologia, que aumentam a produtividade do trabalho, consolidando novos setores, impulsionando o surgimento de novos modelos de negócios. Como imaginaríamos duas décadas atrás o surgimento de empresas como o Uber, a Netflix, o WhatsApp, dentre outras, com novos modelos, novas dinâmicas e capacidade de transformar as formas de organização social e política.

Diante destas transformações cotidianas, que se caracterizam pela rapidez destas alterações na sociedade, um dos grandes desafios para a economia global é a criação de emprego, fundamental para que os indivíduos consigam sobreviver de forma decente e diminuindo a dependência de políticas públicas desenvolvidas por governos nacionais, garantindo maior autonomia e novas formas de inserção na sociedade contemporânea, tão marcadas por grandes desigualdades, exclusões sociais e violências urbanas que se espalham em todas as regiões do mundo.

Para estimularmos os investimentos produtivos é fundamental que os governos nacionais desenvolvam projetos que auxiliem os setores privados e públicos para incrementarem os investimentos produtivos, sem investimento é impossível aumentar a geração de emprego na sociedade. Vivemos numa comunidade marcada por educação de baixa qualidade, impostos elevados para os setores produtivos e que se acostumou com as taxas escorchantes de juros, que estimulam fortemente o rentismo e a especulação financeira, inibindo os investimentos produtivos e contribuindo maciçamente para o aumento das desigualdades sociais e a degradação econômica que crescem rapidamente, estimulando as exclusões e a violência, que afugentam os investimentos produtivos, a geração de emprego e a melhora das condições sociais.

Numa sociedade marcada por grandes desenvolvimentos tecnológicos, dos negócios digitais, da internet das coisas e com o crescimento da inteligência artificial, as nações desenvolvidas estão aumentando os investimentos das pesquisas científicas, na formação de capital humano, melhorando as condições de trabalho dos profissionais da educação, que devem ser vistos como os profissionais imprescindíveis para a nova sociedade do conhecimento, estimulando a qualificação destes profissionais e deixando de lado discursos ideológicos mesquinhos que atrasam as grandes movimentações em curso na educação mundial.

Vivemos momentos de grandes transformações energéticas na sociedade internacional, neste cenário, somos dotados de grandes ativos estratégicos que precisam ser estimulados, fortalecendo energias alternativas, preservando o meio ambiente, construindo estruturas para a preservação da Amazônia, combatendo garimpos ilegais e fortalecendo a indústria nacional, adotando políticas de reindustrialização produtiva. Todas estas políticas têm forte potencial na geração de emprego e renda, garantindo empregos melhores e qualificados, com novas regulamentações e novas formas de fiscalização.

Todos os dias percebemos o crescimento da insegurança urbana, novas formas de exploração na sociedade, além do incremento do tráfico de drogas, dos conflitos das facções e do incremento das milícias, que crescem numa sociedade que se esfacela todos os dias, marcada por polarizações políticas e a busca constante por interesses imediatos, individualistas e corporativos. Um pacto pelo emprego pode ser o início da reconstrução nacional de uma sociedade que, infelizmente, desaprendeu a capacidade de sonhar.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Criativa, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

Leia mais

Mais Posts

×

Olá!

Entre no grupo de WhatsApp!

× WhatsApp!