Revolução Financeira

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Neste espaço, constantemente discutimos as grandes transformações em curso na sociedade contemporânea. Vivemos momentos de destruições criadoras, como destacou o economista austríaco, Joseph Schumpeter, responsável por conceitos fundamentais para compreendermos as grandes alterações econômicas, seus impactos sobre o mundo do negócio, as formas de sociabilização, as reflexões referentes a democracia e as questões políticas, todas estas transformações estão criando um mundo novo, mais integrado, mais competitivo, com mais riquezas e, ao mesmo tempo, mais inseguro, mais desigual, mais violento, e com maior potencial de destruição.

Uma das grandes características da sociedade contemporânea é a revolução financeira em curso na sociedade internacional, surgindo novos produtos no mundo das finanças, onde destacamos conceitos novos com fortes repercussões em todas as regiões do mundo, tais como criptomoedas, blockchain, Open Banking, moedas digitais, bitcoin, token, fintechs, plataformas digitais, dentre outros. Estes conceitos ganharam relevâncias e estão no centro das grandes transformações da revolução financeira, que ganharam importância no período da pandemia de Covid – 19, que alterou as bases da sociedade, gerando novos modelos de negócios, compras virtuais, criptoativos, ou seja, estamos vivendo uma verdadeira revolução financeira.

As fintechs, instituições que disponibilizam serviços na área financeira, tendem a crescer fortemente na economia internacional, mas sabemos que esse modelo de negócio não deve engolir os bancos tradicionais, mas deve estimular o incremento da competição, forçando uma maior concorrência entre as organizações, trazendo benefícios para toda a comunidade, com o aumento do crédito e a taxa de juros mais atrativas, gerando espaços para o aumento dos investimentos produtivos e melhora dos ambiente de negócios.

A revolução financeira em curso na sociedade global está transformando comportamentos arraigados na comunidade, criando novas formas de relacionamento entre o dinheiro e o ser humano, levando-os a buscarem novos conhecimentos do mundo das finanças, buscando a compreensão dos desafios nos investimentos, fazendo com que as informações bancárias e financeiros estejam disponíveis em seus smartphones, fazendo trabalhos e liberações que anteriormente eram feitas pelos funcionários das instituições bancárias, com isso, essa revolução financeira nos traz a possibilidade de termos mais autonomia e maior planejamento, que com a introdução do Open Bankimg, exigirá uma maior profissionalização da gestão de suas respectivas finanças individuais.

Essa revolução financeira está trazendo novos elementos importantes para compreendermos o mundo contemporâneo, o mundo das finanças está sempre envolto em fortes competições, imediatismo e a busca crescente dos ganhos materiais e financeiros, levando as pessoas e as organizações a buscarem ganhos extraordinários e lucros imediatistas, levando muitos grupos a adotarem medidas degradantes, estimulando fraudes financeiras e levando-nos a crises, que em uma economia marcada pela crescente globalização, seus impactos se espalham para toda a economia internacional, vide as consequências da crise imobiliária dos Estados Unidos.

Vivemos momentos de grandes inovações, o mundo financeiro vem ganhando relevância em toda a sociedade global, o poder das finanças está moldando o mundo contemporâneo, alterando o comportamento humano, aumentando a competição e transformando os indivíduos, levando-nos a uma busca crescente de ganhos materiais, transformando a educação, a saúde e a segurança como espaços crescentes de rentismo, onde as escolas buscam maiores ganhos monetários e perdem seu sentido verdadeiro na formação profissional e na construção de valores sociais, onde a saúde se transformou num espaço de acumulação desenfreada de lucros dos grupos privados, onde os acionistas controlam a gestão, angariando ganhos substanciais, muitas vezes as custas de péssimos serviços, diminuindo investimentos, se apropriando dos órgãos reguladores e se perpetuando via porta giratória, perpetuando desigualdades, violências variadas, estimulando pobreza e indignidade humanas.

Ary Ramos da Silva Júnior, Bacharel em Ciências Econômicas e Administração, Especialista em Economia Circular, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário.

Ary Ramos
Ary Ramos
Doutor em Sociologia (Unesp)

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