Reflexões cotidianas sobre a Doutrina Espírita

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Percebemos no movimento Espírita atual, grandes controvérsias e constrangimentos entre pessoas que se dizem espíritas e tentam impor suas ideias e pensamentos, esquecendo-se que a Doutrina é um espaço edificante de discussões e diálogos constantes, marcadas pelo respeito e pela comunhão de ideias e questionamentos, sob pena de desmoronar o maior avanço intelectivo e moral dos últimos séculos, cuja missão é a transformação da humanidade, o respeito edificante e a redenção do homem velho, transformando-se em homem novo, com ideais novos e sentimentos renovados centrados sempre em Jesus, nosso mestre e governador do planeta Terra.

O sectarismo e a ortodoxia em cursos podem causar um grande racha na Doutrina dos Espíritos, criando graves constrangimentos entre seus adeptos e dando espaço para que seus detratores aumentem suas críticas e fragilizem o movimento, esta fragilidade só serve para aqueles que vêem no espiritismo um impeditivo para a difusão de ideais menores, marcados por revanchismo e desintegração, espíritos que se comprazem com a maldade e se nutrem da desunião e das dores dos seres humanos, infelizes irmãos nossos que, infelizmente, ainda não entenderam que as oportunidades neste mundo estão chegando ao fim, enchem seus corações de ódio e desesperança, mas que brevemente, a continuarem como estão, serão conduzidos a outros mundos, assim como, em épocas anteriores, muitos espíritos foram exilados de capela pois mantinham seus corações aturdidos e revoltados, numa época que estes sentimentos já não mais faziam parte deste planeta, exilados contribuíram para o crescimento de outros mundos e outras civilizações foram construídas, mas tiveram seus corações entristecidos por tal experiência, que lhes causaram dores imensas e ranger de dentes, mas como toda experiência lhes trouxeram oportunidades de crescimento e elevação, mostras claras da misericórdia de Deus, que dá a seus filhos todas as oportunidades, mesmo sabendo que muitos ainda se comprazem com sentimentos menores, com as intrigas e com a desunião.

Grandes vultos da doutrina espírita estão sendo deixados de lado nos últimos anos, nomes de peso como Allan Kardec, o codificador, Emmanuel, Leon Denis, Bezerra de Menezes, Humberto de Campos, Yvonne Pereira, Eurípedes Barsanulfo, entre outros, marcados pela envergadura moral e por valores elevados cujas contribuições para a Doutrina dos Espíritos e para a humanidade de uma forma geral com seus livros, obras e exemplos, estão sendo substituídos por livros superficiais de autores iniciantes, que trazem a públicos livros fisicamente belíssimos, com um projeto gráfico de alta qualidade, com fotos e imagens diferenciadas, mas que deixam no plano secundário as ideias e os pensamentos transformadores que são características centrais dos bons livros espíritas e se concentram num mercado editorial em expansão na sociedade contemporânea, onde os indivíduos abobados com as dificuldades do cotidiano e cada vez mais distantes dos ensinamentos divinos tentam, em momentos de reflexão, ler e tentam se apegar a ensinamentos mais edificantes.

Cabe aos espíritas, como nos foi dito por Allan Kardec, instruir-nos constantemente, acompanhar as mudanças na sociedade e trabalharmos para construirmos no nosso cadinho espaços mais equilibrados e edificantes, marcados por sentimentos mais serenos de amor, paz e esperanças, atuando no nosso trabalho e entendendo que a mesma dedicação que temos à nosso profissão, que nos dá os recursos necessários para nossa sobrevivência material, temos que despender para com nosso trabalho espiritual, na casa espírita, pois é este trabalho que dá ao nosso espírito o alimento necessário para sua sobrevivência e transformação.

A leitura e o estudo dos grandes autores da doutrina dos espíritas é missão central para todos que se dizem espíritas, como entender sua estrutura e suas ideias sem o estudo de Allan Kardec, o grande codificador que nasceu Hyppolite Leon Denisard Rivail e ficou conhecido no mundo todo como Allan Kardec, sua trajetória é uma lição de dedicação e esforço que emocionam a todos, depois de anos se dedicando à ciência e, principalmente a pedagogia, o codificador se debruçou sobre questões poucos compreendidas na época e, num período inferior a duas décadas apresentou a sociedade francesa a Doutrina dos Espíritas, onde descortinou a existência do mundo espiritual, revelando a pluralidade das existências, a Lei de Causa e Efeito e passou a disciplinar a mediunidade, dando a esta um caráter natural e fazendo com que os médiuns deixassem de serem tratados como loucos ou doentes mentais e passassem a ser compreendidos como seres humanos normais dotados de uma sensibilidade maior e uma oportunidade única de trabalhar em benefício dos mais carentes e sofredores.A Doutrina dos Espíritos não surgiu pra dividir a humanidade, muito pelo contrário, nasceu dos espíritos e foi estruturada para melhorar os seres humanos, a terceira revelação como espaço integrado de ciência e religião não pode se deixar levar por ortodoxias, que tentam diminuir o espiritismo como se este fosse apenas uma doutrina especulativa como tantas outras, o Espiritismo não é especulativo, suas bases foram construídas pelos espíritos, fizeram parte da codificação um grande números de espíritos das mais altas esferas espirituais, espíritos que quando estavam na carne se transformaram em baluartes da moral e da boa conduta, espíritos que se tornaram santos nas fileiras da igreja católica e estão integrados na caravana criada e conduzida por Jesus Cristo, nosso mestre e modelo, que por aqui passou, foi muitas vezes tentado e, em momento algum se deixou levar pelas paixões mundanas e pela ilusão da matéria, pois sabia, e deixou claro inúmeras vezes que seu reino não era deste mundo e que para vivê-lo era necessário nascer de novo, demonstrando que a reencarnação, defendida pela doutrina dos espíritos, é mais do que uma hipótese, é uma lei natural e todos nós temos que prestar contas em algum momento da vida, portanto, como seres inteligentes que somos e dotados de livre arbítrio, tomemos cuidado com nossas escolhas e com os caminhos por nós escolhidos pois, em algum momento, teremos que prestar contas a um ser superior: Jesus Cristo.

Algumas considerações sobre o Consenso de Washington

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Este artigo analise as políticas neoliberais implantadas na América Latina via Consenso de Washington e seus impactos para a região.

Globalização, Estado Nacional e Democracia: as transformações do capitalismo e seus impactos econômicos, sociais, políticos e espaciais

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O processo de globalização em curso na sociedade mundial está causando grandes transformações na economia internacional, desagregação social, desemprego, enfraquecimento dos Estados Nacionais, fortalecimento do capital financeiro e alterando até os conceitos de tempo e espaço.

Palavras-chave: Globalização, empresas transnacionais; desemprego; transformações sociais; Estados Nacionais; movimentos anti-globalização; democracia; conseqüências sociais, culturais e espaciais.

Acesse o artigo aqui!

Globalização e Estado Nacional: algumas considerações

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O processo de Globalização em curso está transformando a sociedade de forma estrutural, dentre estas transformações destacamos as mudanças nos Estados Nacionais, que perdem poder de forma acentuada.

Leia o artigo completo aqui!

 

Marxismo, Globalização e Classes Sociais no Capitalismo

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O economista e sociólogo alemão Karl Marx se destacou pela profunda crítica ao sistema capitalista, que foi descrito por ele como um sistema auto-destrutivo e concentrador de renda, onde os burgueses são os grandes detentores do dinheiro e do poder político.

Neoliberalismo e Corrupção: Brasil e México e os custos da corrupção

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Este artigo foi publicado na Revista Eletrônica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) julho/setembro 2008 – Volume 7 (3), no espaço Questões Contemporâneas.

Supermulheres S.A.

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Autor: PATRÍCIA CAMPOS MELLO – Folha de São Paulo – 31/03/2013

O neofeminismo corporativo discute se carreira e filhos são incompatíveis

RESUMO
Ocupantes de cargos de comando em empresas e no governo americano, executivas travam debate sobre desafios do feminismo no século 21. Sheryl Sandberg, do Facebook, pede “supermulheres” ambiciosas e combativas; já Anne Marie Slaughter renunciou a um alto posto no governo dos EUA para se dedicar aos filhos.

“Não podemos mais ignorar a voz interior das mulheres que diz: ‘Eu quero algo mais do que ter um marido, filhos e um lar”, decretou a feminista Betty Friedan, no seminal “A Mística Feminina”, há 50 anos. Desde então, mulheres chegaram à presidência da República, ao Supremo Tribunal Federal, foram lançadas ao espaço, lutaram em guerras, comandaram multinacionais. Mas ainda não conseguiram fazer o básico: conciliar uma carreira bem-sucedida com a criação dos filhos.

“Não dá para fazer tudo. Ninguém consegue ter dois empregos, filhos perfeitos, preparar três refeições por dia e ter orgasmos múltiplos […] a supermulher é a inimiga do movimento feminista”, definiu a ativista Gloria Steinem em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, no ano passado.

Se a geração “heroica” de feministas se ocupava de bandeiras como a liberalização do aborto, o direito ao sexo casual, os métodos anticoncepcionais e a paridade de remuneração, a nova geração se concentra em uma questão mais prosaica.

Afinal, há poucas mulheres em posição de liderança porque o sistema não ajuda quem precisa conciliar carreira e filhos (com babás, horários flexíveis, trabalho em casa), ou porque falta ambição às mulheres?

Quem põe a questão nesses termos é uma das chamadas “supermulheres”: Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook (e mãe de dois filhos) que acaba de lançar seu livro “Faça Acontecer” [trad. Denise Bottmann, Companhia das Letras, 288 págs., R$ 34,50]. Apesar de várias ressalvas diplomáticas, o livro de Sandberg basicamente sustenta que não adianta culpar a falta de condições para a ascensão feminina na hierarquia corporativa. É preciso ir à luta. O que falta é ambição.

“Nós nos refreamos de várias maneiras, em coisas grandes ou miúdas, por falta de autoconfiança, por não levantar a mão, por recuar quando deveríamos fazer acontecer. Interiorizamos as mensagens negativas que ouvimos ao longo da vida -as mensagens que dizem que é errado falar sem rodeios, ter iniciativa, ser mais poderosas do que os homens. Reduzimos nossas expectativas do que podemos realizar. Continuamos a cumprir a maior parte do trabalho doméstico e da criação dos filhos. Comprometemos nossas metas profissionais para dar espaço a companheiros e filhos que às vezes ainda nem existem.”

Outra representante das supermulheres é Marissa Mayer, que em julho de 2012 foi contratada como CEO do Yahoo quando estava no ultimo trimestre de gravidez. O fato foi comemorado como o começo do fim da discriminação professional contra grávidas.

Mas logo Marissa anunciou: “Minha licença-maternidade vai ser de duas semanas e eu vou trabalhar durante o período”. Ela não só montou uma sala de amamentação no escritório como acabou com a possibilidade de os funcionários do Yahoo trabalharem em casa, esquema essencial para muitas mães que tentavam conciliar filhos e carreira.

TER TUDO
Do outro lado da trincheira está Anne Marie Slaughter, ex-diretora da Woodrow Wilson School of Public and International Affairs e ex-diretora de planejamento de políticas do departamento de Estado dos EUA, cargo prestigiadíssimo que pertenceu a George Kennan.

No ano passado, Slaughter gerou enorme controvérsia com um ensaio publicado na revista “Atlantic”, “Por que as mulheres ainda não podem ter tudo”.

Escrito como resposta a uma palestra de Sandberg no TED Talks, que daria origem a seu livro, o texto afirma que as mulheres só vão conseguir chegar ao topo quando as barreiras institucionais forem removidas -e não quando as mulheres conseguirem se livrar das barreiras internas, como sustenta a executiva do Facebook. Slaughter pediu demissão de seu cargo no departamento de Estado para ser professora em Princeton, pois não estava dando conta de criar os dois filhos adolescentes, um dos quais tinha problemas de comportamento.

Para ela, mulheres que conseguem ser mães e superprofissionais ao mesmo tempo são sobre-humanas, milionárias ou autonômas que podem organizar seus horários. Sem a possibilidade de trabalhar em casa, ter horários flexíveis, acesso facilitado a berçários ou babás, as mulheres não vão conseguir “ter tudo”.

Para ela, os conselhos de Sandberg “têm um tom de reprovação” e “fazem milhões de mulheres se sentirem culpadas por não conseguirem ascender na hierarquia profissional tão rápido quanto os homens e terem também vida familiar ativa (e, para completar, serem bonitas e magras)”, escreve Slaughter.

“Questões mundanas como a necessidade constante de viajar, os conflitos de horário da escola dos filhos e do trabalho, a insistência em que o trabalho precisa ser realizado no escritório -nada disso vai ser resolvido com mais ambição por parte das mulheres”, escreve Slaughter.

O pressuposto de Sandberg está certo. A revolução feminina veio, mas não venceu. Homens ainda mandam no mundo. De 195 países independentes, apenas 17 são liderados por mulheres. Apenas 21 dos CEOs das 500 maiores empresas da lista da revista “Fortune” são mulheres. Em 1970, mulheres recebiam 59 centavos para cada dólar ganho por um homem em cargo semelhante. Em 2010, recebiam 77 centavos.

Mulheres volta e meia se subestimam, enquanto homens se superestimam. Sandberg cita uma pesquisa com estudantes de cirurgia mostrando que, quando instadas a se autoavaliar, mulheres sempre se davam notas menores do que os homens, mesmo quando seu desempenho era nitidamente superior. Quando estimuladas a explicar seu sucesso, mulheres frequentemente dizem: “trabalhei muito duro”, “tive sorte”, “tive ajuda”. Homens, em contrapartida, costumam creditar suas habilidades a si mesmos.

LUXO
O problema é que a tese das supermulheres como Sandberg só leva em conta metade da história. “O objetivo é nobre, ter mais mulheres em cargos de liderança; não critico, acho errado a mulher abrir mão do emprego para criar filhos, pesquisas mostram que as que fazem isso não são necessariamente melhores mães por causa disso”, disse à Folha Stephanie Coontz, diretora de pesquisas do Conselho das Famílias Contemporâneas. “Mas falta de ambição não explica os problemas enfrentados pela maioria das mulheres, que não podem se dar ao luxo de ter uma sala de amamentação no escritório.”

Para Madeleine Kunin, primeira mulher a governar o Estado americano de Vermont e autora do livro “The New Feminist Agenda”, o problema da tese de Sandberg é que ela acaba culpando as mulheres por sua baixa presença em cargos de chefia.

Os EUA estão ao lado de Libéria e Papua Nova Guiné como os únicos países do mundo que não preveem nem sequer um dia de licença-maternidade remunerada. Há apenas a obrigação de licença não remunerada de três meses para mulheres que trabalham em empresas com mais de 50 funcionários. Mas quantas pessoas podem se dar ao luxo de ficar três meses sem receber?

“Marissa Mayer e Sheryl Sandberg falam do ponto de vista de quem chegou ao topo, mas não reconhecem que é bem mais difícil para a maioria das pessoas, que não são privilegiadas como elas, não podem contar com várias babás, abrir mão de salário, negociar com o chefe para sair do escritório às 17h30”, disse Kunin à Folha. “As mulheres costumam se culpar por tudo, e o livro de Sandberg contribui para isso.”

“Parece um retrocesso que feministas como eu, que lutamos para nos libertar dos papéis limitados de esposa e mãe, tenhamos dado a volta para nos focarmos, novamente, na família”, afirma Kunin. “No início da revolução feminina, não nos ativemos à questão de quem iria cuidar dos filhos. Partimos do pressuposto de que as coisas iam se ajeitar. Surgiriam locais para cuidar de crianças e o ambiente de trabalho magicamente se transformaria para atender às nossas necessidades.”

E será que todas as mulheres querem ser líderes, trabalhar 60, 70 horas por semana, sacrificar finais de semana com os filhos?

Pesquisa de 2012 da McKinsey, com mais de 4 mil funcionários de grandes empresas, mostra que 36% dos homens gostariam de chegar à direção, diante de apenas 18% das mulheres.

Algumas talvez queiram apenas ter um emprego menos desafiador, que lhes permita passar mais tempo com os filhos e não perder reuniões de pais, apresentações de dança, campeonatos de natação. E isso não é necessariamente ruim.

Yuan acompanha queda do dólar e dá vantagem à China

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Autor: Alex Frangos, The Wall Street Journal, de Hong Kong

Como o dólar americano continua a se enfraquecer, crescem as preocupações em boa parte da Ásia em relação a outra moeda declinante: o yuan chinês.

Por mais de um ano, a China manteve o yuan basicamente inalterado em relação ao dólar. Por isso, assim como o dólar, o yuan tem caído de maneira constante ante as moeda dos vizinhos da China, como o ringgit da Malásia, a rupia da Indonésia e o won da Coreia do Sul. Isso torna os produtos fabricados nesses países mais caros em comparação com os da China.

“Quando se tem uma grande economia da Ásia atrelada ao dólar americano, todo mundo sente a pressão”, diz Frederic Neumann, economista para a Ásia do HSBC, em Hong Kong. “Até 5% são dolorosos neste contexto.”

Os países que competem com a China estão num ponto crucial. Para conter a alta de suas moedas em relação ao yuan (e ao dólar), os bancos centrais de vários países têm comprado montanhas de dólares nos últimos meses, aumentando suas reservas internacionais. E agora essas reservas estão de volta aos níveis de antes da crise.
Ao mesmo tempo, as economias asiáticas estão sob pressão para, em algum momento, permitir que suas moedas se valorizem e para reduzir sua dependência da exportação como motor do crescimento. Alguns economistas e autoridades temem que a contínua intervenção nos mercados de câmbio reflita uma falta de vontade desses países de romper com os velhos hábitos de estimular o crescimento com políticas que mantinham as moedas subvalorizadas. A intervenção também pode aumentar os riscos de inflação interna.

O presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Ben Bernanke, reiterou preocupação com o papel da Ásia no reequilíbrio do comércio mundial, em palestra na semana passada. “Temos de evitar desequilíbrios cada vez maiores e insustentáveis nos fluxos comerciais e de capital”, afirmou.

Mas é difícil, para os países asiáticos que alimentam frágeis recuperações nas exportações, seguir o conselho e permitir que suas moedas subam quando o yuan chinês cai, acompanhando o dólar.

“A China tem uma taxa de câmbio fixa, que ajuda muito as empresas chinesas e nos prejudica”, diz Sung Jin Lee, presidente do braço de bens de consumo da Bukang Sems, fabricante de Incheon, na Coreia do Sul. A Bukang fabrica desde autopeças a limpadores antimicróbios de colchões. Lee apoia a intervenção coreana nos mercados cambiais, dizendo que seus lucros serão espremidos se o won se valorizar mais do que já subiu.

O won, o dólar cingapuriano, o baht e o ringgit subiram apesar dos bilhões que os países gastaram comprando dólares. Em setembro, a Coreia do Sul adicionou US$ 8,8 bilhões a suas reservas, que devem atingir um novo recorde em um ou dois meses. A Tailândia acrescentou US$ 5,3 bilhões em setembro, e Taiwan aumentou US$ 6,8 bilhões, com ambos os países acumulando reservas recordes. Juntos, os três têm US$ 720 bilhões em reservas. A China tem US$ 2,27 trilhões.

Thamrong Tritiprasert, presidente da seção de calçados da Federação das Indústrias da Tailândia, diz que, com a forte recuperação da China, “a moeda deles deveria estar forte. Mas eles deci-diram enfraquecer sua divisa, e isso faz com que nossos exportadores tenham de trabalhar ainda mais duro. Precisamos de ajuda do governo para enfraquecer o baht, ou não sobreviveremos”.

O movimento dos contratos futuros sem entrega atrelados ao valor do yuan indica que os investidores acreditam que a China permitirá que sua moeda se valorize 3% nos próximos 12 meses. A China permitiu a sua divisa se valorizar de 2005 a julho de 2008, período em que teve uma alta de 21% em relação ao dólar.

Como a moeda chinesa não tem flutuação livre, uma nova rodada de fortalecimento do yuan só pode decorrer de uma medida das autoridades chinesas, e isso parece improvável para alguns.
Qing Wang, economista para a China do Morgan Stanley em Hong Kong, acredita que, apesar das preocupações de exportadores de outras partes da Ásia, a pressão dos EUA e dos vizinhos asiáticos para que a China deixe o yuan se valorizar continua modesta.

A inflação chinesa não é ainda questão importante, e as exportações continuam relativamente fracas. O Grupo dos 20 países ricos e emergentes não mencionou o câmbio chinês este mês, e ele não se reúne novamente até abril.

“Por que a China [deixaria o yuan subir] sem ser pressionada, se fazer isso não ajuda a economia chinesa no atual estágio do ciclo econômico?”, diz Wang.

As memórias da crise financeira de 1997-1998 levaram bancos centrais asiáticos a acumular grandes reservas internacionais para o caso de necessidade, e por isso estancaram a alta de suas moedas. As grandes reservas em mãos durante a recente crise mundial de crédito deram um aval a essa estratégia e podem ter levado os países a querer ainda mais reservas do que antes.
“A crise fez as autoridades asiáticas acreditar que não há algo como reservas em excesso”, afirma Neumann, do HSBC.

Veja a experiência da Coreia do Sul, por exemplo. Suas reservas eram de US$ 264 bilhões no início da crise, mais de um quarto de seu PIB. Mas, ainda assim, seu sistema financeiro foi um dos mais atingidos na região.

O Banco da Coreia (banco central) gastou US$ 64 bilhões das reservas entre março e outubro de 2008 para proteger o won e dar liquidez em dólar ao sistema bancário coreano. A Coreia ainda tinha US$ 200 bilhões no tanque, mas as autoridades haviam se comprometido em manter as reservas acima daquele nível. Os mercados viram uma queda abaixo de US$ 200 bilhões como um sinal perigoso. O won perdeu um terço de seu valor naquele período, e o mercado coreano caiu 65% em dólares, segundo a MSCI Barra. O Federal Reserve interveio com swaps de câmbio que ajudaram a aliviar o aperto do won.

(Colaboraram Wilawan Watcharasakwet e Juliet Ye)

No comércio exterior, Brasil sai pior da crise, diz professor

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Autor: João Villaverde – Valor Econômico – 22/09/2009.

Pela ótica do comércio exterior o Brasil vai sair da crise econômica mundial pior do que entrou. Essa é a avaliação do economista Márcio Holland, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo cálculos do economista, as exportações mundiais totais vão cair 11,5% entre o ano passado e este ano. Em meio à queda das relações comerciais, o Brasil apresenta “perigosa” tendência de piora na pauta exportadora. “Estamos vendendo cada vez mais commodities, deixando os manufaturados para segundo plano”, afirmou o economista durante o 6º Fórum de Economia realizado pela FGV em São Paulo.

Quase 85% do que é exportado à China, o principal parceiro comercial brasileiro, são bens primários. Esse valor foi apurado após a eclosão da crise mundial, que abalou a demanda nos mercados desenvolvidos. Assim, raciocina Holland, restou ao Brasil apelar à China para suprir a entrada de dólares na balança comercial. A demanda chinesa se concentra em bens primários que são industrializados internamente e depois remetidos a outros países emergentes sob a forma de manufaturados. Aos chineses interessa, portanto, que os termos de troca, como a taxa de câmbio, favoreçam a importação de seus produtos.

Para o economista da FGV é preciso conferir estabilidade ao real para dar maior segurança aos empresários. A alta volatilidade e valorização da moeda brasileira – que de 2003 a 2008 se apreciou 27,3% – dificulta a tomada de posições no comércio exterior, além de baratear os importados.

Segundo Holland, porém, o governo ainda se preocupa demais com o nível da inflação. “Nos EUA, teremos inflação anual de 2% apenas em 2014. No Brasil, onde a dinâmica será semelhante, o Banco Central está preocupado com o aumento de preços. Temos de mudar o foco da política monetária.”

Para Luiz Fernando de Paula, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e presidente da Associação Keynesiana Brasileira, os países exportadores de recursos naturais e com menor carga tributária, como México e Equador, foram os mais atingidos pela turbulência econômica.

Roberto Lavagna, ex-ministro da Economia da Argentina (2002-2005), diz que a América Latina se saiu melhor que os países desenvolvidos – embora ainda seja preciso refletir sobre o comércio exterior. “A redução de dívidas e os superávits fiscais acumulados anteriormente foram cruciais para esse desempenho. Mas há muito mais otimismo quanto a mudanças que medidas práticas de fato”, critica.

Petrobras se torna 34a maior empresa do mundo, segundo Fortune

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A Petrobras subiu da 63a para a 34a posição entre as 500 empresas de maior faturamento do mundo, segundo o mais recente ranking global publicado pela revista norte-americana Fortune, com base nos dados de 2008.

A petroleira estatal foi a única companhia brasileira dentre as 100 maiores do mundo, segundo o levantamento, tendo registrado no ano passado um faturamento de 118,2 bilhões de dólares.

Do Brasil, o ranking inclui ainda Bradesco, na posição de número 148, seguido por Itaúsa, controladora do Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Vale e Gerdau, nos lugares de número 148, 149, 174, 205 e 400, respectivamente.

Pelo critério de lucratividade, a Petrobras apareceu na sexta posição, superando gigantes como a Microsoft (7a), General Electric (8a), Nestlé (9a) e Wal-Mart (14a). Nesse quesito, a mineradora brasileira Vale ficou na 16a posição.

O relatório apontou a gigante anglo-holandesa de petróleo Shell como a líder do ranking, tornando-se a primeira companhia não norte-americana a encabeçar a lista. Das dez primeiras empresas que formam o ranking, sete são do setor de petróleo.

Wall Mart, a líder do ano anterior, caiu para terceira posição, atrás da também petroleira Exxon Mobil, dos EUA. As também petroleiras BP (Grã-Bretanha), Chevron (EUA), Total (França) e ConocoPhilips (EUA) ocuparam as posições de 4 a 7, nesta ordem.

O grupo financeiro holandês ING Group ficou em oitavo, seguido pela petroleira chinesa Sinopec e pela montadora japonesa Toyota completando a lista das dez maiores.