Uma doutrina reflexiva, libertadora e altamente explicativa

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A doutrina dos Espíritos foi codificada pelo pedagogo francês Hippolyte León Denizard Rivail (1804-1869), que passou a utilizar de um pseudônimo para publicar estas obras, Allan Kardec, com isso, foi o responsável por cinco grandes livros que trouxeram ao mundo o Espiritismo, O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865), A Gênese (1868) e, todos eles descritos como um misto de Ciência, Religião e Filosofia.

O Espiritismo trouxe algumas inovações para a sociedade da época, dentre elas a ideia de que os homens podem se comunicar com os mortos, com esta perspectiva, muitas pessoas das mais altas camadas sociais da sociedade se interessaram em conhecer a Doutrina dos Espíritos, afinal esta nos prometia a oportunidade de conversar com todos aqueles que não mais habitavam o mundo material, é daí o crescimento dos trabalhos mediúnicos e, em alguns locais, as comunicações estimuladas via copo sobre a mesa, uma prática que se espalhou por vários países da Europa mas foi na França que o Espiritismo deu seus primeiros passos e encantou muitas pessoas e grupos sociais.

Depois de muitas décadas em terras francesas e europeias, o Espiritismo aportou em terras brasileiras, fazendo morada numa região onde se visualizava poucos carmas coletivos, ou seja, uma região virgem de vícios e dogmas mais arraigados, sem históricos de guerras e conflitos religiosos, mortes e destruições atreladas a questões de cunho religioso, como encontrávamos na Europa, no Oriente Médio e em outras regiões do mundo.

Em épocas passadas, os espíritos se materializavam com grande frequência na sociedade, nos sítios e ambientes rurais, além de aparecer nas cidades, a presença destes era muito frequente, gerando medo, desespero e muita incompreensão, afinal, qual era o motivo que levava estes espíritos a aparecer com tanta frequência? Neste ambiente de incertezas constantes, muitas eram as teorias para tentar explicar as origens destas entidades, respostas no campo da filosofia e no campo da religião se alternavam e pouco traziam de novidade para todos que viam nisto, nada mais e nada menos, do que castigos dos Deuses, uma punição pelos excessos cometidos pelas pessoas da época.

Os trabalhos mediúnicos sempre foram feitos com o intuito de auxiliar estas entidades que, sem locais para comunicação e necessitando de esclarecimentos, viam nestes locais o ambiente para se aproximar das pessoas encarnadas, sem compreender seu verdadeiro estado e condição de vida, muitos irmãos do mundo imaterial se aproximava dos colegas do mundo material e tentavam, sem sucesso, iniciar uma conversa para que este pudesse esclarecer o que lhe acontecia com ele naquele instante.

Nesta época, e ainda em números bastante grandes na atualidade, muitos espíritos não tomam consciência de sua condição, morreram e não mais possuem corpo físico e ainda não descobriram, querem conversar e ao se aproximar geram sustos, medos e incompreensões, tudo isso ocorre porque os encarnados não sabem instruí-los a contanto, a vida no mundo espiritual era uma grande incógnita, o que se sabia no período era, na grande maioria, aquilo que lhes era dito pela Igreja Católica e esta não aceitava a existência de um mundo espiritual e imaterial, reinava a ignorância e dele crescia o medo, o desespero e a desesperança.

A Doutrina dos Espíritos nos trouxe um conjunto de informações novas, descortinou a ideia de que a vida termina com a morte do corpo físico e nos mostrou a existência de um mundo marcado pelo imaterial, destacando ainda que a vida não se dá no corpo físico,  mas no mundo invisível, estagiamos na matéria mas somos espíritos por excelência e para lá retornaremos quando terminar nosso estágio no mundo material.

Mostrou ainda que a perfeição de Deus é infinita, para mostrar sua justiça nos encaminhou os conhecimentos relativos a reencarnação, ou seja, acreditamos via Espiritismo que vivemos várias vidas em corpos diferentes e nestas andanças por estes variados corpos, uma hora como homens e outras como mulheres, estagiamos e vivenciamos todas as experiências possíveis e depois destas experiências entendemos o significado do não julgar, isto porque ao julgarmos nossos irmãos, estamos nos esquecendo de que em algum momento de nossa caminhada estivemos nesta situação ou se ainda não a tivermos vivenciados, em algum momento da vida a vivenciaremos, sentiremos na pele os efeitos e as dores desta experiência.

A compreensão da reencarnação nos leva a compreender melhor as leis de Deus, a meritocracia e as inclinações que temos nos mais variados momentos da vida, a reencarnação nos leva a viver como homens e posteriormente nos leva a habitar um corpo feminino, com isso conseguimos sentir as dúvidas, medos e ansiedade de cada um dos gêneros, tudo isso serve não como uma punição mas como um processo educativo, quantas vezes não bradamos contra os filhos homossexuais nossos ou de nossos vizinhos e numa outra experiência nascemos marcados com a homossexualidade entranhada em nossa intimidade? Quantas vezes não batemos ou maltratamos a nossa companheira no lar e em outras oportunidades somos levados a sentir no corpo e na alma as dores desta violência que destrói o íntimo e machuca os sentimentos?

Somos espíritos em evolução e queremos nos comportar como mártires, dotados de grandes qualidades e sentimentos mas, na realidade, somos crianças emocionais, e queremos chamar a atenção para ver se conseguimos que os olhares alheios sejam levados a nos enxergar nas nossas limitações e inquietações, isto nos acontecem com frequência cada vez maior e pouco nos detemos para compreender o significado desta situação.

Nos trabalhos doutrinários encontramos espíritos cheios de arrogância e prepotência, irmãos que acreditam que todos a sua volta estão lá para lhe servir, que todos devem abrir espaço para que sua estrela brilhe e lhe garantam as oportunidades de crescimento e desenvolvimento, são irmãos carentes que se colocam no centro da atenção, irmãos ingênuos e cheios de problemas que todos nós devemos amar e orar para que a luz de Deus possa os estimular e conduzir para seu crescimento pessoal e interior.

Os trabalhos mediúnicos nos mostram situações interessantíssimas de irmãos espirituais que se apresentam cheios de ódio, rancor e ressentimento por outro irmão ou colega de jornada evolutiva, o interessante é que quando entabulamos uma conversa mais íntima, percebemos que todos aqueles sentimentos demonstrados no início são, na verdade, um grande amor mal correspondido que, em algum momento, se transformou em rancor mas que pode se transformar novamente em um amor verdadeiro e intenso, basta apenas que haja um perdão verdadeiro. Encontramos ainda, situações em que o espírito se apresenta como vítima em uma determinada situação, alegando que em vidas passadas sofreu severas e violentas agressões deste que, na atualidade, define como seu inimigo, numa conversa mais serena e estimulados com a intuição dos espíritos amigos do plano superior percebemos que este que agora se diz vítima na verdade, em outras vidas e experiências, foi um grande e cruel algoz, que se utilizando de seu poder físico destruiu e maltratou seu amigo, mais frágil e indefeso.

As atividades na casa Espírita nos mostra situações das mais variadas possíveis, somos levados pelos mentores da casa a grandes experiências e se nos entregarmos e confiarmos nestas entidades, perceberemos que o mundo físico e o espiritual se inter-relacionam de uma forma fantástica, somos espíritos e estagiamos na matéria, precisamos desta matéria para as experiências que vivenciamos mas não podemos, de forma algumas, nos deixar levar pelo mundo material, seus encantos e prazeres, pois, se o fizermos, estaremos nos apegando a sentimentos limitados e a gozos imediatos, sentimentos que criam um prazer momentâneo mas que trazem consequências pesadas e muitas vezes demoradas para nos desvencilharmos por completo.

Na comunicação com o mundo espiritual, nas conversas que entabulamos com estes irmãos que estão no mundo imaterial, percebemos o quanto somos limitados e pequenos, o pouco que fazemos é, na verdade muito pouco, para o muito que recebemos, os grandes responsáveis por este trabalho ou, por esta missão, são os mentores espirituais, eles trazem os irmão mais necessitados, eles fazem as primeiras triagens, eles começam as conversações e eles são os responsáveis por acompanha-los depois da conversa, sendo responsáveis ainda por acompanha-los e os instruir da melhor forma de agir e se comportar, ou seja, todo o trabalho é feito pelos mentores espirituais e para nós, sobra a parte mais fácil e passageira, conversamos e tentamos instruir estes irmãos que, muitas vezes, sentem tanto prazer no mal que pouco conseguem se desvencilhar destas energias neste momento, precisando ainda serem amparados durante muitos anos, alguns décadas e outras por séculos. Mesmo fazendo tão pouco, percebemos que muitos irmãos do plano material se acham dotados de poderes extraordinários, acreditam que fazem muito mais do que realmente fazem e se deixam levar por vaidades e mais vaidades, culminado em situações que beiram ao ridículo e ao inacreditável, coitados, pouco sabem que, se Chico Xavier se intitulou um cisco, o que será que nós realmente somos?

A Doutrina dos Espíritos nos auxilia na compreensão do mundo e mais, nos abre portas do mundo material e imaterial, nos descortina uma nova forma de entender a vida e de perceber que tudo que existe no mundo só existe porque Deus autorizou, os ricos são possuidores de muitos recursos amoedados e, com isso, devem se utilizar destes da melhor maneira possível, devem zelar por estas posses para que elas auxiliem não apenas seus detentores, mas todos os indivíduos a sua volta, aqueles que se mostram avarentos e usam estes recursos apenas para manter seu luxo e de seus familiares devem compreender, que estes recursos não lhes pertencem, mas pertencem a Deus, e este pode retirá-los no momento que achar conveniente e necessário.

No outro lado, a pobreza ou as dificuldades financeiras não devem ser vistas como uma punição divina, mas como uma oportunidade de perseverar no bem, uma forma de compreensão dos motivos que o levaram a nascer assim, nunca a uma situação de revolta ou de violência como muitos o fazem e passam a cobiçar ou furtar os bens alheios, julgando que Deus os esqueceu e eles não merecem viver desta forma, iniciando um espiral de lágrimas, tristezas e muitas revoltas.

A doutrina dos espíritos nos foi revelada em meados do século XIX, de lá para cá muitas coisas aconteceram, evoluções e involuções nas mais variadas áreas, muitos buscam nesta doutrina as respostas que não conseguem encontrar de formas satisfatórias e racionais, muitos se assustam com seus ensinamentos que não aceitam a existência de vítimas, somos todos algozes de nós mesmos, todos vivemos inúmeras vidas e, nestas experiências, acumulados pontos positivos e negativos, nestas viagens a grande maioria acumulou mais pontos negativos do que positivos, somos devedores da lei Divina e estamos aqui para conseguir evoluir e ressarcir nossos débitos, o bom de tudo isso, é que nosso credor nos aceita como somos, nos auxilia na nossa evolução e divide no nosso débitos em várias parcelas, com isso temos tempo para nos melhorarmos e quitarmos nossa fatura, que façamos isso com rapidez, pois a transição planetária esta chegando e se não corrermos vamos ter que reencarnar em outros planetas para cumprir a lei maior de Deus, a lei da Evolução, desta ninguém escapa.

Valsa Brasileira

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Uma obra bastante interessante que analisa os últimos anos da economia brasileira, uma análise detalhada dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, suas políticas, seus desafios e os seus resultados mais evidentes.

O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança

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Um dos livros de gestão mais lidos no Brasil no século XXI, uma análise da liderança, do poder e da autoridade, leitura imprescindível para todo gestor com interesse em liderar equipes em uma sociedade onde os paradigmas antigos estão sendo derrubados e novos paradigmas estão surgindo.

 

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Partidos precisam ser preservados, mas têm de explicar desvios, diz André Singer

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Para cientista político, força eleitoral e enraizamento do PT permitirão que Lula continue influente mesmo preso

14.mai.2018 às 2h00

Ricardo Balthazar

SÃO PAULO

O cientista político André Singer pôs o ponto final em seu novo livro em março e terminou de rever as provas da gráfica dias antes da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 7 de abril. O episódio virou uma nota de rodapé, mas é impossível ler o volume sem tê-lo em mente.

“O Lulismo em Crise: um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016)” chega às livrarias na próxima semana. Singer reconstitui o período que vai da posse de Dilma Rousseff ao impeachment para entender o que deu errado e refletir sobre o futuro da esquerda.

Professor da Universidade de São Paulo e colunista da Folha, ele conclui que a ex-presidente perdeu o mandato porque contrariou interesses de dois aliados que Lula tinha conquistado —os bancos e o MDB— e superestimou as suas chances ao enfrentá-los.

Singer não arrisca previsões para a eleição presidencial de outubro, mas vê sinais de recuperação da força do PT e aposta que Lula continuará exercendo enorme influência mesmo preso em Curitiba.

Para ele, a sobrevivência dos três partidos que dominaram a política brasileira desde o fim da ditadura militar e a redemocratização —PT, PSDB e MDB— é necessária, mas depende de um acerto de contas com erros como os revelados pela Operação Lava Jato.

Como Singer diz no livro, todos se deixaram contaminar pela corrupção, mas nenhum deles explicou o que aconteceu nem anunciou o que fará para que não ocorra de novo.

 

As pesquisas mostram que um terço do eleitorado tem saudade do governo Lula, mas quase ninguém foi às ruas lamentar sua prisão. O que isso significa para o lulismo? 

Acho que o lulismo sobreviverá, apesar do baque com a prisão do ex-presidente e seu afastamento da atividade política cotidiana. O lulismo sobreviveu ao impeachment de Dilma e aos resultados negativos das eleições municipais em 2016.

Houve nos últimos meses uma retomada, como mostra o desempenho de Lula nas pesquisas. Arriscaria dizer que parcelas do eleitorado reagiram à prisão de maneira favorável ao ex-presidente, por entendê-la como parte de um movimento seletivo.

O lulismo não é um fenômeno mobilizador. É um movimento de transformação, sem ruptura com a ordem, o que é importante para o eleitorado mais pobre. Não houve mobilização das classes populares para defender Dilma contra o impeachment, nem para impedir a prisão de Lula. Mas o lulismo terá força eleitoral.

As pesquisas mostram que o eleitorado lulista tende a se dispersar com Lula fora da disputa. Eles ficaram sem opção? 

É muito difícil fazer previsões, porque a situação é inédita. Nunca houve uma liderança popular com as características de Lula e nunca tivemos uma eleição com um líder popular como ele preso. Pode ser que uma parte dos eleitores que declaram voto em Lula agora sigam uma indicação dele. Quantos? Não sei.

A ausência de Lula tornará seus apoiadores indiferentes ao processo eleitoral? 

Não creio em esvaziamento da eleição. Historicamente, o processo eleitoral no Brasil é muito vivo. Mesmo sem cultura de mobilização política, as camadas populares dão muita importância para a eleição presidencial, mesmo se o processo estiver confuso como agora.

Na ausência de um líder com as características de Lula, qual a chance de outro candidato herdar seu espólio eleitoral? 

O PT ainda é o partido mais enraizado do país, com a estrutura mais sólida e centralizada de todos, apesar das perdas sofridas nos últimos anos. Além disso, a preferência dos eleitores pelo PT voltou a crescer nas pesquisas.

Isso significa que o partido tem potencial eleitoral mesmo com Lula preso. É possível que parte expressiva do eleitorado siga uma indicação explícita do ex-presidente [de outro candidato], e acho que ele a fará. Quando e quem, não sei.

Seu livro argumenta que o lulismo começou a entrar em crise por causa da reação de bancos e outros grupos contrariados pela política econômica adotada por Dilma. Mas os críticos do PT afirmam que a política fracassou porque estava errada desde o início. 

Até meados de 2013, os resultados da política econômica não eram ruins, e a presidente tinha índices elevados de aprovação. Havia uma ligeira retomada do crescimento, com manutenção do emprego, da renda e dos programas sociais.

Havia pressão da inflação, mas ela estava bastante controlada, no teto da meta. Pode-se dizer que a política começou a dar errado em 2014, quando os investimentos caíram. Tudo que ela fez foi com o objetivo de que houvesse mais investimento privado.

Não falta à esquerda e ao PT fazer uma autocrítica mais profunda dessa experiência, reavaliando os fundamentos da política econômica adotada? 

Muitas vozes no debate econômico defendem um projeto neoliberal, e o que a ex-presidente Dilma tentou fazer foi uma política diferente. O que chamo no livro de ensaio desenvolvimentista era uma política consistente, em favor dos trabalhadores e da reindustrialização do país.

O livro expressa surpresa com o fato de os industriais se voltarem contra o governo que procurava favorecê-los, mas não fica mais fácil entender o que houve quando se constata o fracasso da política econômica, a concentração dos seus benefícios e a maneira como o governo queria interferir nos negócios das empresas? 

Em suas grandes linhas, a política econômica de Dilma beneficiava a todos. Qualquer investidor se beneficia de juros mais baixos, e isso sempre foi uma reivindicação básica de todo o setor produtivo. Assim como a desvalorização do câmbio, em 2012, e a redução do custo da energia depois. Essas políticas atendiam a reivindicações do conjunto da indústria. Por isso é surpreendente que ela tenha sido depois a ponta de lança do impeachment.

É um paradoxo. Minha hipótese é que isso tem a ver com as mesmas características identificadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na burguesia industrial em 1964, ainda que as conjunturas sejam diferentes e muita coisa tenha mudado.

Essa burguesia depende do Estado para se alavancar e alcançar os países desenvolvidos, mas ao mesmo tempo ela teme que o fortalecimento do Estado leve as camadas populares a uma situação de tal hegemonia que prejudique a dominação burguesa. Então, nessa hora ela se desloca para deter esse processo.

O que a esquerda aprendeu com os protestos de junho de 2013? 

Parte da esquerda entende que foi naquele momento que o lulismo começou a se despedaçar. Outros acham que ele representou a emergência de novas forças sociais, de caráter progressista. Acho que as duas coisas aconteceram, ao mesmo tempo.

Esse movimento também criou oportunidade para setores de classe média que até então não tinham conseguido se mobilizar contra o lulismo e de repente surgiram com força extraordinária. As manifestações desses grupos foram decisivas para o impeachment mais tarde, em 2016.

Por que as ruas se voltaram contra Dilma? 

Na campanha de 2014, ela mostrou que havia uma ameaça de ajuste econômico ortodoxo que colocaria a perder os avanços e era necessário impedir isso. Foi assim que se reelegeu, embora com uma vantagem pequena.

Uma vez reeleita, ela se encontrou diante de uma situação econômica bastante difícil. Dilma teria que encontrar uma saída que mantivesse a mobilização construída na campanha, mas optou pelo pior caminho ao adotar a política econômica oposta sem dar satisfação para o eleitorado.

Críticos dizem que Dilma perdeu o apoio da coalizão partidária que sustentou os governos petistas porque o PT buscou hegemonia em vez de distribuir poder aos aliados. Concorda? 

Não havia dificuldade no governo Lula. Pelo contrário, o PMDB queria participar, e as queixas eram pequenas. Os problemas surgiram depois porque Dilma tomou a decisão política, de caráter republicano, de pôr algumas pessoas para fora de cargos chave.

Seu principal núcleo de ação foi exatamente a diretoria da Petrobras, mais tarde alvo da Lava Jato. Ela já tinha demitido os diretores que depois foram presos e condenados.

Uma política desse tipo provoca reações. O principal representante dos perdedores foi o ex-deputado Eduardo Cunha [MDB-RJ], que cresceu com a insatisfação e mais tarde conduziu o impeachment.

Políticos que hoje têm que prestar contas à Justiça, como aliados do presidente Michel Temer, foram preservados por Dilma, assim como o próprio PT. 

Ela mexeu em setores chave, como a Petrobras, o Ministério da Saúde e o setor de energia, para conter círculos clientelistas que estavam encrustados no Estado. Não foram mudanças cosméticas, nem seletivas.

Nem todas as práticas que vieram depois à tona foram coibidas ou estancadas. Ela não mexeu na Caixa Econômica Federal, por exemplo. Não digo que ela tenha feito uma limpeza geral e absoluta, até porque isso não seria possível. Mas não foi pouco, e o que ela fez ajuda a entender o que aconteceu depois.

Não está faltando uma reflexão do PT sobre seu envolvimento com a corrupção?

Essa é uma crítica que faço a todo o sistema partidário e especificamente aos três principais partidos, PT, PSDB e MDB. Nenhum deles respondeu a contento ao que foi levantado pela Operação Lava Jato.
Ela tem um lado faccioso, mas é também republicana, e revelou ações que precisam ser esclarecidas.
É muito importante para a sociedade brasileira que esses partidos sobrevivam, mas eles precisam dar uma resposta positiva, explicar o que aconteceu e o que deve ser feito para que essas coisas não voltem a ocorrer.

O PT e o PSDB fizeram alguns movimentos o sentido de reconhecer que houve problemas. Mas nenhum deles deu explicações suficientes.

Qual será o impacto da eleição para esses partidos? 

O Brasil demorou para construir esse sistema partidário, e não há democracia sem partidos políticos. Claro que podem surgir novos atores, mas os três maiores partidos são representativos e seria muito importante que sobrevivessem.

Eles são enraizados na sociedade, representam segmentos diferentes das classes sociais e têm força para sobreviver. Os três foram muito abalados pela Lava Jato e isso abre espaço para novas forças políticas. Mas eles estão lutando para sobreviver, e a sociedade tem interesse nisso.

Eleições e instabilidade internacional: entraves à recuperação econômica

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Depois de uma recessão que durou mais de 36 meses, a economia brasileira dá sinais modestos de recuperação econômica, embora o governo propague aos quatros cantos que a economia está em franco crescimento e o pior já tenha ficado para trás, ainda estamos muito longe de perceber este crescimento econômico no cotidiano das pessoas, na geração de emprego, na melhoria dos salários e no aumento da renda agregada, estamos melhorando num ritmo lento e marcado por muitas instabilidades e incertezas.

Diante desta situação, muitos nos perguntam como está a economia do Brasil e o porquê de estarmos tendo um crescimento econômico tão lento, depois de três anos claros de recessão e aumento no desemprego, quando vamos apresentar resultados mais sólidos e empolgantes?

São inúmeros os fatores que nos ajudam a compreender a lentidão da recuperação econômica do país, as taxas de juros mesmo estando em níveis baixos, os mais modestos dos últimos anos, 6,5% da Selic, ainda percebemos no mercado financeiro um spread muito elevado, as taxas de juros cobradas pelos bancos brasileiros ainda são extremamente elevadas, ultrapassando a casa dos 300% no cheque especial e no cartão de crédito, taxas das mais exorbitantes do mundo mas, mesmo assim, os grandes bancos apresentaram balanços com alto lucro e rentabilidade, mesmo a economia apresentando indicadores negativos os bancos se mostram lucrativos e altamente rentáveis, uma dicotomia preocupante em um país que precisa de crescimento econômico, de investimentos e de uma forte geração de empregos como forma de reduzir os péssimos indicadores sociais, marcados pelo incremento da violência, pobreza e exclusão, revertendo quase todo avanço que o país apresentou na primeira década do século XXI.

Outro ponto central para compreendermos a fragilidade da recuperação econômica está na crescente crise fiscal do Estado, depois de anos de superávit primário que reduziram a dívida pública, nos últimos anos o país tem acumulados mais dívida, preocupando os agentes econômicos e colocando no radar do mercado um possível calote da dívida, que se analisarmos historicamente não seria algo novo no país que, nos últimos 80 anos declarou mais de oito moratórias, com este histórico negativo os motivos de preocupação são sempre presentes e elevam o risco e, com isso, os juros cobrados aumentam e geram mais constrangimentos para o setor público que percebe sua dívida crescer e inviabilizar o crescimento econômica, nesta situação o Estado brasileiro não mais apresenta condições de ser o motor do desenvolvimento do país, fomentar o desenvolvimento econômico nos parece algo distante e improvável. É importante destacar ainda que o desequilíbrio fiscal do Estado o leva a captar, no mercado, uma forte quantidade de recursos do setor bancário, com isso, o estoque de recursos disponíveis no mercado se reduz sobrando menos recursos para emprestar para os agentes econômicos, resultado imediato é uma taxa de juros proibitiva e indecente.

Internamente devemos destacar ainda a situação política, a proximidade das eleições presidenciais representa grande instabilidade, afinal não sabemos claramente as chances dos candidatos e, muitos deles, representam grandes incertezas e instabilidades, o líder nas pesquisas busca se cacifar como fiador de um discurso liberal para atrair os agentes econômicos, mas seu histórico de atuação parlamentar o mostra como um nacionalista com fortes traços protecionistas, de outro lado os candidatos queridinhos do mercado se mostram cheios de recursos para a campanha, mas com votos escassos e insuficientes, inviabilizando sua eleição e criando inúmeras preocupações em toda a sociedade e mais diretamente no mercado financeiro, estas dicotomias mostram como precisamos avançar nos debates e na discussão de rumos para o país que, como disse o governo de plantão em um quase ato falho,  O Brasil voltou, 20 anos em 2, se trocarmos a vírgula a frase apresenta contornos diferentes, preocupantes e assustador.

A situação internacional também deve ser destacada, a disparado no dólar neste ano e, principalmente, nos últimos dias levanta sinais de preocupação, somente no mês de maio a cotação disparou 4,9% e em 2018, 10,9%, números preocupantes e que geram grave apreensão, embora saibamos que nossa situação externa é bastante favorável, o país apresenta quase US$ 380 bilhões em reservas internacionais, uma situação nas contas externas bastante sólidas e uma taxa de inflação que se encaminha para os padrões de países do primeiro mundo, historicamente sabemos que estas crises podem se espalhar e contagiar outras economias, atualmente o afetado é a Argentina que busca recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) agora, posteriormente, pode afetar outras economias e gerar mais instabilidade no mercado internacional, afetando câmbio, investimentos, juros e comércio exterior.

A somatória de todas estas variáveis está gerando medos, incertezas e instabilidades na economia brasileira, com isso, a recuperação tão alardeada pelo governo não se efetivou de forma mais acelerada, os investimentos não estão sendo feitos e o emprego não apresenta sinais mais efetivos, muitos dos trabalhadores que a pouco tempo estava desempregado, hoje se encontrando trabalhando na informalidade, ganhando menos e sem os benefícios e as contrapartidas do trabalho formalizado.

Diante deste quadro, percebemos grandes indefinições sobre o futuro da economia do país, o problema fiscal precisa ser resolvido em definitivo e para isso, precisamos nos debruçar sobre questões fundamentais, assuntos que não podem ser mais postergados como as reformas de Previdência, Tributária, Política e a do Estado Brasileiro, todas estas medidas são centrais para que o país se reestruture e se prepare para os imensos desafios do século XXI, um momento de grandes indagações, onde o investimento em capital humano deve ser a bússola para orientar os gestores políticos e capacitar a sociedade para os ventos do novo século.

Os desafios são imensos, a sociedade clama por mudanças de todas as naturezas mas, ninguém quer perder, todos querem as mudanças, mas ninguém quer ver os seus recursos sendo reduzidos, com isso, percebemos que ao novo governo se apresenta grandes desafios, diante disso, o próximo presidente precisa se capacitar para enfrentá-los de frente, fazer o diagnóstico correto e usar a legitimidade do cargo e o começo do mandato para levar ao Congresso Nacional as grandes mudanças que o país precisa, não tergiversando com os interesses mais mesquinhos e imediatistas da sociedade e, ao mesmo tempo, abrindo espaço para que o país possa garantir esperança para a população, afinal de contas estamos num momento em que não esperamos mais nada da classe política, atribuímos a ela todos os problemas e nos eximimos da nossa responsabilidade.

O momento é de inquietação e incertezas, a eleição pode nos abrir novas perspectivas e um sopro de esperança mas, ao mesmo tempo, pode nos trazer mais medos e desesperanças, o voto anteriormente era visto como um instrumento de mudança e a sociedade não poderia abrir mão dele, hoje percebemos que a situação não é tão simples como muitos apregoam, votar é fundamental, é um instrumento de cidadania e todos precisam exercê-lo da melhor forma possível mas, muitas vezes, não encontramos na lista dos candidatos pessoas capacitadas e em condição de conduzir o país para este momento de apreensão e instabilidade, quando olhamos para a lista dos candidatos e visualizamos mais dos mesmos, candidatos fracos e incapacitados para dar novas esperanças e criar as condições para o país atravessar a crise e construir novas perspectivas.

Em uma sociedade em que a violência cresce de forma acelerada, o desemprego não sai da casa dos 12% ou 13%, o subemprego apresenta crescimento preocupante e os privilégios crescem e são encobertos de forma descarada, onde prédios caem e indigência aumenta, as eleições presidências não mais nos parece um momento de mudanças, os candidatos ainda se esforçam por mostrar possíveis mudanças sem esforços e sacrifícios, flertando com o populismo que beira a irresponsabilidade, da mesma forma que na eleição anterior onde o ganhador se apropriou do discurso do segundo colocado e o resultado já foi visto por todos, mais dúvidas, insatisfação, medo e incertezas, diante disso, como podemos esperar uma recuperação da economia brasileira se os atores políticos se comportam apenas como aqueles que estão interessados em seus interesses e ganhos imediatos? Como já disse um dia o presidente francês Charles De Gaulle, Este país não é sério.

 

O tempo do autoencontro

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Uma obra de Rossandro Klinjey que trabalha com uma análise englobando Religião, Psicologia e Espiritismo, de fácil leitura e que estimula a reflexão a o auto descobrimento.

 

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Canção de Ninar

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Um dos livros mais interessante lidos neste ano, Canção de Ninar de Leila Slimani, uma história bastante apreensiva e bem construído que retrata a degradação dos laços sociais e a dificuldade de convivência harmoniosa em uma sociedade em constante transformação.

 

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Nada resiste ao trabalho

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Um livro com grande potencial, analisa o trabalho e questões importantes da sociedade, embora cia muito na autoajuda, o livro é leitura fácil e envolvente, vale a pena ler de forma crítica e interessada.

 

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Economia da sinais de recuperação

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Depois de um período de forte recessão a economia brasileira dá sinais claros de melhoria, uma melhora lenta, heterogênea e em muitos setores até pouco consistente, mesmo assim acreditamos que estes resultados devem ser comemorados mas, ao mesmo tempo, utilizados como instrumentos de reflexão. A cidade de São Jose do Rio Preto desponta novamente com algum crescimento econômico, depois da recessão a economia começou seu processo de melhoria, os indicadores divulgados recentemente colocam a cidade em condições melhores do que em anos anteriores, a interiorização dos investimentos deve ser vista como um dos instrumentos que auxiliaram no crescimento da região e devem continuar como uma alavanca deste crescimento. O setor de serviços que apresenta grande impacto sobre a economia de Rio Preto apresentou crescimento tímido, a indústria apresentou dados positivos, na casa dos 3%, podendo ser vista como a alavanca desta recuperação e o setor agropecuário registrou queda de 2,2%, diante disso, podemos concluir que a recuperação está bastante heterogênea, mesmo com as taxas de juros em queda, a inflação em baixa ainda temos grandes instabilidades no cenário político, com isso, os investimentos perdem força e a recuperação plena ainda não se efetivou por completo.

Publicado no jornal Diário da Região, 22 de abril de 2018.

Um olhar sobre o tempo presente

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O livro, do grande escritor francês, Leon Denis, escrito para a Revista Espírita no começo dos anos 20 do século passado nos traz uma reflexão sobre a sociedade, mesmo escrito a quase 100 anos, o texto é extremamente atual e contemporâneo, leitura imprescindível para entendermos o mundo que vivemos.

 

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Alguns desafios educacionais brasileiros

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O mundo passa por grandes mudanças e transformações, a tecnologia acelera de uma forma intensa e seus impactos sobre os indivíduos são grandes e variados, o mundo da produção se movimenta e os trabalhadores permanecem atônitos e preocupados, será que a previsão marxista feita no século XIX, de que a tecnologia vai destruir o emprego e gerar uma sociedade marcada por desempregados, subempregados e excluídos se efetivará?

Diante desta realidade de transformação constante, o Brasil segue na rabeira deste movimento, estamos mais preocupados com as rivalidades políticas e dos interesses imediatos da classe política do que com a competitividade da economia e a melhora das condições sociais da sociedade, o esforço do momento é fugir da justiça e continuar se protegendo através do chamado foro privilegiado, mais uma das excrescências da legislação brasileira.

Nesta sociedade percebemos que, por mais que os indivíduos clamem por mais educação, a classe política, o empresariado, os sindicatos e os demais grupos e entidades de classe, ainda não definimos que tipo de educação queremos e mais, qual o tipo de profissional que almejamos formar e a maior de todas as perguntas: o que o Brasil, enquanto país, quer ser quando crescer?

Depois de vinte anos trabalhando na universidade, angariando experiências variados, escrevendo artigos e textos para discussão, resolvi me embrenhar no ensino técnico buscando, com isso, mais experiência para minha formação enquanto professor e buscando a resposta para muitas das perguntas que me faço com constância e que confesso, ainda não consegui uma resposta racional e satisfatória.

Conheci, nesta experiência, um ambiente hostil ao conhecimento, pessoas que se julgam profissionais da educação com pouca ou nenhuma experiência docente, coordenadores despreparados e amedrontados, além de alunos desqualificados para o ambiente escolar fruto de um ensino médio feito de forma equivocada, marcado por uma formação frágil, uma escola desestimulante e professores desqualificados, nada muito diferente do que encontramos nas faculdades e universidades que permeiam as várias regiões do Brasil e faz com que tenhamos um ensino péssimo, que pouco forma e na maioria das vezes apenas deforma o cidadão, transformando-o em um consumidor ou, como encontramos na atualidade, um cliente.

Quando buscamos na memória lembramos que talvez, sem modéstia ou elogio, tenhamos sido uma das últimas gerações de formandos do ensino público que tivemos a alegria de assistir aula com professores bem formados técnica e culturalmente, pessoas que tiveram a alegria de nascer em famílias de classe média onde a proximidade com seus pais era intensa e se refletiu na formação universitária e mais, na formação como seres humanos, dotados de valores humanos sólidos e uma bagagem moral elevada, tudo isto na atualidade se encontra diferente, a classe média se desinteressou pelo ensino, preferem profissões mais valorizadas financeiramente, formam em Medicina para salvar vidas,  Direito para almejar  cargos públicos com mordomias e penduricalhos ou outros empregos que lhes garantam melhores condições financeiras e retornos econômicos mais atraentes, com isso, nossa escola não mais absorvem os melhores, não mais atrai aqueles que veem na educação a chave para uma sociedade melhor.

A educação sempre foi vista como um instrumento de ascensão social e profissional, os pobres e a classe média viam nela a forma de conseguir alçar voos mais altos em uma sociedade hierarquizada e inflexível, poucos conseguiam mas mesmo assim muitos sonhavam com este caminho de glória, de satisfação e de sucesso garantido agora, na atualidade este sucesso se encontra ameaçado, a educação não mais garante o sucesso imediato e muitos não mais se interessam pelos bancos escolares, a ascensão para muitos é apenas um sonho de verão, algo impensável para a grande maioria dos indivíduos.

A escola virou um espaço de individualidades degradantes, professores que pouco estudam, coordenadores despreparados, diretores fracos, míopes e imediatistas que fazem uma grande mídia para comemorar vitórias equivocadas e resultados questionáveis, ou seja, a escola perdeu o status do saber e do conhecimento, os grandes templos do momento são virtuais e os donos da informação são os detentores das redes sociais, Facebook, Instagram, WhatsApp, entre outros…

Para piorar a situação da escola brasileira, percebemos cada vez mais a ausência de um ator central no ensino e no aprendizado, os pais, que se distanciaram da escola e exigem que esta forme seus filhos, deem a eles não só informação e a técnica mas educação moral, ética, ordem, respeito, liderança, empreendedorismo, etc.

Nesta sociedade encontramos exigências impossíveis de serem atendidas pela escola, com isso os conflitos são cada vez maiores, professores mal remunerados, estressados, cansados e desqualificados, tanto financeira quanto psicologicamente e o resultado disso tudo está ai para que todos possamos visualizar, uma escola totalmente descaracterizada com demandas sobre humanas e resultados medíocres.

Num mundo em constante mutação, encontramos professores e dirigentes que pouco se atualizam, docentes que passam anos sem ler e escrever artigos, cujas leituras se restringem a materiais jornalísticos sem consistência, como pode um professor ficar tempos e tempos sem leituras em um mundo que vive uma constante metamorfose e que prescinde de instrumentos de debates e reflexões?

A comunicação se restringe a grupos de whatsApp e às redes sociais, a conversa, a discussão saudável e o debate edificante fazem parte do passado, atualmente o ambiente virtual, a educação a distância e o mundo do intangível predominam e mostram que a sociedade não está preparada para esta modernidade, uma realidade excludente de um mundo cada vez mais assustador onde o lema da sobrevivência é cada um por si e um suposto Deus por todo, este mundo é insustentável, como nos mostram todos os dias as guerras, o xenofobismo e a violência que não mais se restringe a países pobres e miseráveis mas que está presente em todos os países, regiões e classes sociais, pela primeira vez percebemos que o violência, a instabilidade e a insegurança se tornou algo efetivamente democrático.

Neste ambiente percebemos que a educação brasileira caminha muito lentamente para uma melhoria consistente e substancial, com isso nossa sociedade perde grandes oportunidades de negócio em uma sociedade que se transforma rapidamente e coloca a educação, o conhecimento e a inovação no topo dos agentes centrais para o progresso, diante disso, percebemos que o país se encontra em uma encruzilhada, ou investe mais na educação e amplia os horizontes de cidadania ou o país tende a construir um futuro bastante nebuloso para as próximas gerações, condenando o país a mediocridade e a insignificância.

Numa sociedade como a brasileira, que pouco se preocupa com a educação e reflete menos ainda sobre seu futuro imediato, a escolha da carreira se transforma em um instrumento central, a opção pela docência num país que remunera pouco o professor, que explora continuamente este ativo central para o futuro da sociedade, enchendo-o de reuniões pedagógicas que pouco decidem, demandando tempo e energias devem ser repensadas e revistas pelos adolescentes, sob pena de condenar seu futuro e inviabilizar muitos de seus sonhos imediatos.

Nesta realidade, cada vez mais clara e visível para todos, confesso que muitas vezes pensei em abandonar a carreira docente e buscar novos ares e desafios, num mundo onde a educação é o ativo central e mais importante, o professor, o docente ou o mestre está sendo colocando no centro do esquecimento, pobre do país que coloca este profissional num lugar tão distante da realidade contemporânea.

Diante deste desafio, o futuro da educação no Brasil é um dos maiores entraves para o crescimento e consolidação do país como uma sociedade pujante e respeitada, somente a educação para a cidadania pode propiciar a todos os indivíduos a possibilidade de almejar a ascensão social, a melhora profissional e a possibilidade de acreditar que a meritocracia não é apenas um conceito vago e distante mas algo presente e possível para todos de acordo com seu esforço e merecimento.

Mude ou Morra

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O livro escrito por executivos da Netshoes faz uma análise interessante sobre as transformações geradas pela globalização nas empresas e no carreira, leitura tranquila e agradável, vale a pena para compreender as mudanças nas empresas.

 

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Porque quero ser diretor da Fatec Catanduva?

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Neste começo do mês de abril de 2018 a Faculdade de Tecnologia de Catanduva vai promover sua primeira eleição para Diretor, inaugurada em 2008, a instituição pela primeira vez escolherá seu próprio dirigente no período 2018/2022, um grande desafio e uma imensa oportunidade para a instituição escolher seu futuro nos próximos quatro anos.
Acredito que a Instituição se encontra em uma situação de grandes indagações, de um lado temos uma faculdade de tecnologia que pouco se esmera em ser, efetivamente, uma faculdade de Tecnologia, e de outro, grandes oportunidades e desafios que exigem que olhemos para a frente, tracemos metas claras e democráticas e construamos espaços para a concretização destas metas, visando a construção de uma faculdade moderna, dinâmica e flexível, palavras e conceitos que definem o sucesso do século XXI.
Temos na instituição três cursos estratégicos para a economia globalizada, Gestão Empresarial, Tecnologia da Informação e Automação Industrial, cursos que exigem uma intensa integração, trabalho em equipe, liderança e empreendedorismo, a junção destes cursos nos propiciará aumentar a exposição desta instituição na cidade de Catanduva e na região, levando para a região novas propostas, gerando oportunidades e contribuindo para a resolução de conflitos e problemas inerentes a sociedade e a coletividade.
Aceitei o desafio de ser candidato a Diretor para aproximar mais os professores e funcionários da instituição, criar espaços de convivência, troca de informações e debates sobre temas variados, restabelecendo um ambiente mais integrado e humanizado, além de plural e inclusivo, deixando de lado os velhos feudos, tão criticados na política nacional mas que se repete em instituições públicas de todos os setores.
Quero ser Diretor da Fatec para contribuir para que esta instituição seja cada vez mais conhecida na cidade e na região, o trabalho de atração de alunos não deve se restringir apenas a um ou dois meses do ano, mas deve ser um desafio constante de professores, coordenadores, direção, alunos e funcionários, todos juntos devemos liderar estas políticas institucionais, onde devemos acolher ideias, construindo pontes para a integração e não muros para a separação, como encontramos no cotidiano. Como vem sendo feito em outras Fatecs, uma aproximação maior com empresas de mídias, jornais e revistas, nos auxiliariam muito na difusão dos projetos, artigos, eventos e, com isso, levaríamos o nome da Fatec Catanduva para além da região, atraindo interesses e novos projetos sociais, econômicos e culturais.
Quero ser Diretor da Fatec para promover aqui em nossas instalações eventos que atraiam a comunidade de Catanduva e região, desde palestras, campanhas, shows, teatros e outras atividades culturais que coloque a Fatec Catanduva nos grandes eventos da cidade e levando, com isso, a instituição a ser mais conhecida e admirada pela comunidade catanduvense.
Quero ser Diretor da Fatec porque ambiciono trazer para dentro da instituição novos espaços de debate, vivemos na era da Quarta Revolução Industrial, conceitos novos como Inteligência Artificial, Indústria 4.0, Internet nas Nuvens, Internet das Coisas, Uberização, AirBnB, Startups, Bitcoin, etc…além de termos vivenciado nestes últimos anos uma das maiores crises econômicas no país, sendo que nada disso foi trazido aos alunos, com palestras, Fóruns e mesas redondas, todos estes temas devem ser debatidos e conversados com os alunos num ambiente de atualização e busca por empregabilidade, desafios de uma verdadeira faculdade de Tecnologia, que se aproxima dos alunos e da comunidade em geral e se transforma em um espaço de consolidação de novas oportunidades e esperanças.
Quero ser Diretor da Fatec para construir espaços de atendimentos para alunos e funcionários, algo parecido com uma ouvidoria, onde estes poderão dar sugestões e ideias para melhorar as atividades e construir uma instituição mais sólida e integrada.
Quero ser Diretor da Fatec para promover concursos entre alunos para a resolução de problemas comuns para a comunidade local, estes concursos seriam realizados anualmente e contaria com as propostas de alunos de todos os cursos da instituição, estimulando a criatividade e o empreendedorismo, todos em prol da comunidade acadêmica da Fatec Catanduva.
Quero ser Diretor da Fatec Catanduva para aproximá-la de empresas, indústrias e setores produtivos, além de uma forte aproximação de outras instituições que visam o bem-estar da comunidade, tais como: Senac, Sesc, Sebrae, Etec, Associação Comercial…e de outras Fatecs da região, que apresentam desafios parecidos aos nossos, abrindo novas oportunidades e superando desafios.
Quero ser Diretor da Fatec para melhorar a comunicação e a transparência entre direção e comunidade local, trazendo dados e informações variadas para que nos envolvamos coletivamente nos variados desafios que temos pela frente, não queremos nos encastelar na direção e nos distanciar da comunidade local, muito pelo contrário, meu compromisso é sempre me aproximar de todos os agentes que fazem da Fatec esta instituição de respeito e de sucesso desde seu surgimento até os dias atuais.
Quero ser Diretor da Fatec para analisar a importância da instituição na cidade de Catanduva, seu peso econômico, seu dinamismo, destacando ainda pesquisas de egressos, como estão nossos egressos, aonde estão, quais as lembranças que mantem da faculdade, as sugestões e propostas, ou seja, quero ouvir a todos e criar um espaço mensal para conversar com nossos alunos, onde me reunirei com todos os alunos que quiserem trocar uma palavra com a direção, ouvindo e pensando sobre as sugestões e, principalmente, partindo do princípio de que a união de todos os agentes fortalecem e consolidam a Fatec Catanduva como um pólo promissor, moderno e atuante nos desafios da cidade e na região de Catanduva.
Quero ser Diretor da Fatec para trazer para nossa instituição, nos próximos quatro anos, novos cursos de Graduação e de pós-graduação, consolidando uma instituição de ensino que apresenta indicadores sólidos e consistentes e abrindo espaço para atrair novos alunos da cidade e da região de Catanduva.
E, por último, quero ser Diretor da Fatec pois quero mudanças, o mundo mudou, a economia mudou, o ser humano mudou enfim, todos nós mudamos todos os momentos, quando ficamos parados e resistimos aos movimentos de mudança apenas tornamos obsoletos e pouco contribuímos para o sucesso da coletividade.

Medos contemporâneos, assassinatos e violência no país do futuro

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Depois do assassinato brutal e selvagem da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, a sociedade percebeu que estamos mesmo vivendo num mundo cada vez mais agressivo, violento, covarde e sem perspectivas de melhoras imediatas, um mundo onde o salve se quem puder é a grande regra de organização social e quem pode mais chora menos, estes clichês expressam bem os medos que povoam o imaginário da população, com isso corremos o risco de eleger um salvador da pátria que nos acolherá e resolverá todos os problemas do Brasil, um dom Sebastião recém chegado da batalha para nos libertar.
A violência da sociedade brasileira esta atrelada a alma dos indivíduos, corroendo os ideais e transformando os valores e gerando uma ética própria, a ética da malandragem, onde todos aqueles que agem de forma ética são vistos como idiotas, se o certo é transgredir as regras e levar vantagem em tudo, ser honesto é um grave erro, um equívoco imperdoável, como nos disse certa vez o grande jurista Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a de ter vergonha de ser honesto”.
A violência, a corrupção e a impunidade andam de mãos dadas, vivemos em um país onde a justiça tem pouca efetividade, a impunidade reina nas classes mais aquinhoadas, as penitenciárias estão lotadas de pobres, negros e prostitutas enquanto os barões vivem num mundo nababesco, onde o luxo com o dinheiro alheio é a regra e os vassalos continuam mendigando pelas migalhas do sistema.
Vivemos numa sociedade marcada por grandes discussões e intolerâncias, se defendo uma ideia contraria a sua, sou visto como ignorante e, com isso, sou defenestrado nas redes sociais, se me insurjo contra o pensamento contrário sou atrasado e retrógrado, criamos estereótipos e colocamos os outros dentro como se estivéssemos organizando produtos em uma fábrica de enlatados, o resultado direto disso tudo é uma grande violência emocional, social e, em muitos casos até física.
Enquanto a Receita Federal e seus congêneres estaduais desenvolvem técnicas avançadas e modernas para coibir sonegação dos grupos das classes média e baixa, as classes dominantes possuem isenções variadas que garantem aos grupos dominantes o pagamento reduzido de impostos e os ganhos crescentes que fazem seus patrimônios crescerem de forma acelerada, recentemente descobriu-se que os seis homens mais ricos do país possuem uma fortuna maior que a renda de 100 milhões de brasileiros, uma situação insustentável e de dar inveja aos maiores empreendedores do mundo, quanto empreendedorismo.
De outro lado encontramos um déficit habitacional de mais de 6 milhões de residências, uma economia com taxas de desemprego de mais de 12 milhões de pessoas, isso sem falar dos grupos que se encontram em trabalhos degradantes e em condições de informalidades, um exército de mais de 10 milhões de pessoas, um país a beira de um conflito social, onde o luxo contrasta com a miséria e os privilégios de uns convivem com a pobreza e a miséria de outros, uma situação que beira a insustentabilidade e o caos.
A morte da vereadora da cidade do Rio de Janeiro contrasta com a morte da juíza Patrícia Acioly, estas duas mulheres ousaram se insurgir contra as inequidades reinantes no Brasil e foram mortas com requintes de crueldade, seus ideias estão vivos na mente de poucos, muitos vão as ruas, fazem movimentação, gritam frases de ordem, reclamam da classe política e se insurgem contra tudo e contra todos e se esquecem que a grande transformação se dá no intimo de cada um, não teremos transformação efetiva se não construirmos pontes para as pessoas, precisamos conversar, dialogar, respeitar as diferenças e as diversidades e precisamos fugir das críticas destrutivas que pululam nas redes sociais e servem como instrumentos de destruição e difusão da dor e da indigência moral e espiritual, o mundo atual precisa construir pontes mas, ainda continuamos a nos enganar e construindo muros, segregação, ódio, ressentimento e degradação, com isso, estamos colhendo dor e sofrimento, afinal colhemos aquilo que plantamos e cultivamos, como nos foi dito a muitos milênios.
O assassinato da vereadora Marielle Franco que, por hora, emociona o país, tende a ser esquecido muito rapidamente, todos aqueles que se colocam na condição de auxílio e ajuda aos que sofrem, muito brevemente estarão longes e distantes, isto porque a vida é intensa e os compromissos assumidos são esquecidos, não honramos mais as nossas palavras, não mais acreditamos em nossos compromissos e não mais acreditamos no ser humano, o resultado disso tudo já esta a vista de todos, uma sociedade carcomida pela corrupção, pelos desmandos e pela degradação, triste fim para um pais que desde Stefan Zweig era conhecido como o país do futuro.

Pós Graduação em Serviço Social – Fundação Educacional de Fernandópolis

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Os dez anos que abalaram o Brasil e o futuro? João Sicsú

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Os dez anos que abalaram o Brasil e o futuro? João Sicsú
Em Os dez anos que abalaram o Brasil e o futuro? encontramos uma ode aos governos petista e de seus aliados, uma obra que peca pelo excesso de elogios desnecessários e exagerados, algo que só o tempo será capaz de julgar.

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Voltei

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Voltei
Autor: Irmão Jacob – Psicografia F. C. Xavier – FEB

Uma obra imprescindível que retrata o relato de Frederico Fígner e sua chegada ao plano espiritual, notícias sobre desligamento, velório e reencarnação estão presentes nesta obra escrita em 1948 e atual para todos que desejam conhecer uma realidade que é de todos nós.

 

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Carlos Wizard – Sonhos não têm limites.

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Carlos Wizard – Sonhos não têm limites.
A obra retrata a trajetória do empresário Carlos Martins na construção de um dos maiores conglomerados de ensino do Brasil, inicialmente com a Escola de Idiomas Wizard e depois com o Grupo Multi Educação, uma leitura agradável e interessante de um verdadeiro empreendedor brasileiro, vale a pena a leitura da obra, escrita pelo renomado escritor Ignácio de Loyola Brandão.

 

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Sonho Grande

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Sonho Grande
Autor: Cristiane Correa – Editora Primeira Pessoa

A trajetória dos controladores de grandes empresas nacionais e internacionais, J. P. Lemman, Beto Sicupira e Marcel Teles, é retratado neste livro de leitura fácil e agradável escrito pela jornalista Cristiane Correa.

 

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Infância e Mediunidade

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Infância e Mediunidade
Autor: Rafael de Figueiredo – Editora Boa Nova

Uma viagem interessante em um assunto de suma importãncia para pais e educadores, distúrbios variados em criança pela mediunidade, uma bela obra que vale ler e comentar.

 

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